O Instituto Butantan sediou nesta sexta (26/5) o lançamento da 2ª edição do Prêmio Ciência para Todos, iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e da Fundação Roberto Marinho. A ação busca incentivar o desenvolvimento de atividades científicas em escolas públicas, além de engajar alunos e comunidades sobre ciência e suas aplicações na vida.
O evento contou com a participação de estudantes e professores de escolas estaduais e técnicas, além do presidente do Instituto Butantan, Esper Kallás, do secretário estadual de Educação, Renato Feder, do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Vahan Agopyan, do presidente da FAPESP, Marco Antônio Zago, do secretário municipal de Educação, Fernando Padula, e do secretário geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, além de representantes de outras organizações.
Esper Kallás deu as boas-vindas aos estudantes e convidados e destacou a importância do prêmio para o futuro da educação e da ciência brasileira.
“O prêmio é uma forma de estimular os estudantes de escolas públicas e estaduais de São Paulo para a produção de projetos, discussões sobre ciência, além de melhorar a educação científica. Afinal de contas, os estudantes são os responsáveis por construir o nosso futuro”, disse Esper.
Neste ano, o prêmio terá o tema Um mundo melhor para todos, e tem como objetivo incentivar projetos de pesquisa em qualquer área do conhecimento que proponham soluções de problemas relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.
“Os estudantes poderão encontrar problemas no seu entorno e propor soluções. É uma maneira de incentivar que os alunos do ensino básico olhem para a ciência como um instrumento para a resolução de problemas e não como um assunto que está afastado deles. É um trabalho do cidadão, do dia a dia”, afirmou Zago.
Feder enalteceu o trabalho do Butantan para a evolução da ciência no Brasil e comentou sobre a importância do Ciência para Todos.
“Nós temos alunos muito talentosos e o que falta é conectá-los com as possibilidades de serem apoiados e premiados. Há muitos estudantes fazendo experimentos dentro das áreas da ciência, mas falta dar luz e criar canais de divulgação para eles”, disse o secretário estadual de educação.
De acordo com o secretário geral da Fundação Roberto Marinho, o Butantan foi escolhido para ser o palco do lançamento por sua atuação científica.
“Estar aqui no Butantan, que é protagonista no assunto, é uma forma de fazer com que a conversa sobre ciência não desapareça da vida das pessoas, e que elas tenham mais condição de perceber que a produção de conhecimento, uma investigação científica ou uma pesquisa está próxima delas, no que vestem, no que comem ou no que usam para se tratar”, afirmou Alegria.
As inscrições para o prêmio Ciência para Todos devem ser feitas pelos professores após a leitura completa do edital entre os dias 26/5 e 26/6. Podem participar do prêmio alunos da rede pública de educação do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental , da 1ª a 3ª série dos ensinos Médio, Técnico e Profissionalizante, além de estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos.
Programa PROEDUCA
Durante o evento, a FAPESP e a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo também lançaram o segundo edital do programa PROEDUCA, que apoia pesquisas na educação básica para o avanço do conhecimento.
Os projetos podem ser desenvolvidos dentro de seis eixos temáticos: processo de ensino e aprendizagem na educação básica pública; formação e desenvolvimento de pessoas na educação básica pública; gestão da aprendizagem e avaliação; gestão educacional: escolas, redes e sistemas de ensino; equidade, diversidade e redução das desigualdades na educação; e tecnologia, inovação e educação profissional no currículo da educação básica.
De acordo com Zago, a melhoria da educação básica é a questão mais importante e prioritária para o país. “Os problemas na educação são conhecidos. Tem a desigualdade de acesso, evasão elevada, baixo desempenho estudantil e a necessidade de promover a formação e valorização dos professores. Para isso, é necessário investir”, afirmou.
O PROEDUCA foi iniciado em 2022 e selecionou 32 projetos voltados para a pesquisa na educação básica, buscando a geração de evidências para subsidiar soluções de problemas e a gestão pública educacional.
“Este programa contribui para a formação em pesquisa do magistério, que inclui os professores entre os pesquisadores. Em consequência, há uma grande participação de escolas estaduais e municipais”, completou o presidente da FAPESP.
A FAPESP vai financiar projetos nas modalidades de auxílio Pesquisa Regular, Projeto Temático e Ensino Público. Os pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa do estado de São Paulo devem acessar o edital completo e submeter os projetos até o dia 28/8.
Música
Após a cerimônia de lançamento do prêmio, foi realizada uma roda de conversa para apresentar os detalhes do prêmio e as experiências da 1ª edição, que aconteceu em 2019. Para encerrar o evento, os convidados se divertiram ao som de MC Fioti, produtor e intérprete do sucesso Vacina Butantan – Remix Bum Bum Tam Tam, que viralizou na pandemia.
Esta foi a primeira vez que Fioti retornou ao Instituto desde a gravação do clipe. “Tenho um sentimento de alívio porque a gente conseguiu passar essa fase de pandemia que foi muito difícil para o Brasil, e fico feliz porque a gente conseguiu juntar o funk com a medicina e incentivar as pessoas a se vacinarem”, contou o cantor.
A animação dos jovens foi geral com a presença dele no palco. “São eles que me inspiram, as crianças são o futuro e a esperança. Estou começando a fazer funk consciente para começar a motivá-los e induzir que eles caminhem pelo lado do bem”, completou.