Os avanços da pesquisa paulista com foco no melhoramento genético e na produção sustentável de proteína animal estão sendo demonstrados pelo Instituto de Zootecnia (IZ), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na InterCorte 2017, em São Paulo. O secretário Arnaldo Jardim participou da abertura do evento, na última quarta-feira (15), destacando o trabalho realizado pela Pasta.
“O Brasil aceita o desafio de demonstrar que produz proteína animal com sustentabilidade, é diferenciado em relação ao mundo e está na vanguarda da economia de baixo carbono. Um dos exemplos é o sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF)”, afirmou o titular da Pasta, acompanhado pelo secretário-executivo das Câmaras Setoriais da Pasta, Alberto Amorim.
De acordo com o secretário, os institutos de pesquisa paulista se preparam para intensificar o trabalho de genômica. “O conceito é a base do plano de reestruturação e o fortalecimento do IZ, que foi submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)”, explicou.
A integração da cadeia produtiva também é fundamental nesse processo. “A força da cadeia é medida pelo elo mais frágil, então é preciso assegurar que todos processos de pesquisa, produção e certificação estejam bem encaminhados”, avaliou Arnaldo Jardim, destacando que a retomada da economia pós-crise permite que se pense no futuro do setor.
Para aliar os conceitos de sustentabilidade à genética, o IZ colaborou com a organização da InterCorte 2017 na elaboração do “Caminhos da Genética”. O programa é uma variação do “Caminhos do Boi”, espaço apresentado durante a Agrishow 2017 para demonstrar as diversas etapas da produção.
“Agora, vamos mostrar ao criador a importância de todas as etapas do melhoramento genético, desde a avaliação visual até chegar na genômica, visando à lucratividade”, explicou a diretora do IZ, Renata Branco Arnandes.
Durante o “Caminhos da Genética”, será apresentada uma programação de debates com os maiores especialistas do setor para debater os aspectos que devem ser observados pelos produtores. “Hoje, atendemos apenas 15% do mercado com touros geneticamente melhorados. É tempo de atender um pouco mais dessa demanda e colocar o Brasil à frente”, disse Renata.
A diretora do IZ participou ainda do primeiro debate da programação, com o tema “Animais na pista: beleza racial ou beleza funcional?” com moderação de Luiz Josahkian, da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e participação de Ricardo Viacava, da Nelore CV; Paulo Leonel, da Nelore ADIR, e Luis Felipe Moura Pinto, vice-presidente de Marketing da Associação Brasileira de Angus, como debatedores.
As pesquisadoras do IZ Joslaine Cyrillo e Maria Eugênia Mercadante também participaram dos debates sobre “Aplicações práticas do melhoramento genético” e “O impacto no uso de animais melhoradores selecionados em testes de desempenho e eficiência alimentar”, respectivamente.
Além do estande do IZ, no qual os produtores e demais visitantes podem conhecer todas as atividades realizadas para o fortalecimento da atividade pecuária, a Secretaria também participou do evento representada pelo engenheiro agrônomo e da Coordenadoria de Assistência Técnica (Cati), João Menezes de Souza Neto.
Diretor do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Presidente Prudente e membro do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Neto abordou, em palestra no dia 15, a importância da nutrição adequada dos animais para uma produção sustentável.
“A partir da nutrição, conseguimos reduzir a área, aumentar a produtividade e diminuir o tempo em que permanecem no pasto até a reprodução e o abate. Consequentemente, há menor emissão de gases de efeito estufa, aumento de empregabilidade e da rentabilidade e aplicação de uma pecuária mais moderna”, explicou.