Após três anos fechado ao público, o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, com um acervo de 8 milhões de espécies de animais empalhados, inaugura hoje a exposição A biodiversade sob o olhar do zoólogo.
"A biodiversidade é uma questão atual e a exposição pretende despertar o interesse das pessoas sobre como ela faz parte das nossas vidas", explica Mirian David Marques, diretora da divisão de difusão cultural do museu.
Quem visitar a mostra será recepcionado por uma réplica de preguiça gigante de 5 metros de altura, extinta há mais de 10 mil anos, que mostra um dos processos de diversificação das formas de vida na Terra.
Em outro modulo, o visitante poderá percorrer um mapa da América do Sul fixado no piso do saguão, onde estão representadas a fauna e a flora de cada região. Além disso, foram construídos três cenários com a vegetação e os animais encontrados no cerrado, na mata atlântica e na caatinga. No ambiente marinho estão expostos diversos tipos de corais, tubarão-martelo e outros peixes.
O museu foi fechado ao público em junho de 1999. Com o aumento do acervo destinado à pesquisa, considerado o maior da América Latina, foi preciso modernizar os arquivos. O prédio da década de 40, construído especialmente para abrigar o museu, também precisava passar por reformas. "Era uma lástima: o piso estava podre e tinha vazamento no telhado. Durante uma visita, um tijolo caiu e por pouco não acertou a cabeça de uma criança'', lembra Mirian.
Em novembro do ano passado ela conseguiu com a Fundação de Amparo a Pesquisa ao Estado de São Paulo (Fapesp) uma verba de 200 mil para recuperação da infra-estrutura. Hoje, o museu conta com um novo sistema de iluminação, o telhado e o piso foram reformados e até os vitrais, com ilustrações da fauna e da flora brasileira, passaram por restauração.
Mas tão importante quanto a reforma do local era a renovação do acervo da exposição aberta ao público. A coleção foi fundada em 1834 como uma seção de história natural do Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga, os móveis e até mesmo algumas espécies eram centenárias. A exposição também estava organizada de acordo com uma classificação zoológica do final do século XIX. "Os animais estavam em péssimo estado de conservação. Um conjunto de três veados do Pantanal apodreceu e três exemplares de macaco bugio estavam com a pele descorada", disse Mirian.
O valor do ingresso é de R$ 2 e a exposição está aberta ao público de terça a domingo, das 10h às 17h. A entrada é gratuita para crianças até 2 anos e pessoas acima de 65 anos. O museu fica na Avenida Nazaré, 481, no Ipiranga, zona sul da capital.
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Jornal da Tarde