Pesquisadores brasileiros, em parceria com colegas americanos, mostram os benefícios a curto prazo de exercícios de força - inclusive para controle da diabetes.
Foi esta pergunta que motivou um estudo de pesquisadores brasileiros da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo) em parceria com colegas das universidades de Harvard e de Massachusetts College of Pharmacy and Health Sciences, nos EUA. O trabalho foi publicado neste mês no periódico internacional Journal of Endocrinology e teve apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
"Todo mundo tem um pouco de gordura no fígado. Mas quando há um acúmulo e ele não é tratado, o quadro pode evoluir para uma inflamação, a esteato-hepatite. Se continuar não tratando, pode até se desenvolver para uma cirrose e, em casos mais extremos, carcinomas (tumores malignos)", explica à BBC News Brasil Leandro Pereira de Moura, professor da Unicamp e coordenador da pesquisa.
E estes distúrbios são ainda correlacionados: segundo a organização britânica Diabetes.co.uk, acredita-se que a obesidade seja responsável por 80 a 85% do risco de desenvolver a diabetes tipo 2. Algumas pesquisas chegaram a mostrar que pessoas obesas têm 80 vezes mais chances de desenvolver essa doença.
O fígado é um dos principais órgãos envolvidos na gestão do açúcar no organismo. Isso porque ele"estoca" glicose, liberada quando o fígado responde à insulina. Isso se evidencia por exemplo em jejuns, pois é o órgão que garante algumas horas de"combustível" para o corpo sem a alimentação.
Assim, reduzir a presença da gordura no órgão é algo fundamental para pacientes como obesos e diabéticos.
Como queriam saber o papel da atividade muscular, fizeram testes com cobaias garantindo que não haveria perda de peso.
Agora, os próximos passos dos pesquisadores devem incluir testes com humanos e buscar por detalhes sobre como este impacto positivo do exercício muscular acontece. Segundo Leandro Moura, a chave para isso deverá estar no papel de certas proteínas que temos no corpo.