“Desde sempre todas as informações, e qualquer outro tipo de conteúdo televisivo, tiveram fundamento político – poder de estado. Deve-se agradar a população sem deixar de informar os acontecimentos diários mesmo que de forma rápida e sem intenção, afinal, uma imagem vale mais que mil palavras”. A afirmativa está em “O Monopólio da Fala”, da obra do jornalista e sociólogo Muniz Sodré, convidado para a aula inaugural em comemoração aos 50 anos da Famecos (Faculdade de Comunicação Social) da PUCRS.
Autor de quase uma centena de livros e artigos acadêmicos, e também algumas obras de ficção, Sodré é um dos teóricos na área de Comunicação que mais têm circulação e respeitabilidade no Exterior. No dia 10 de outubro, às 20h, no Auditório da Famecos, estudantes de graduação e pós-graduação e demais interessados, terão a oportunidade de assistir a um dos grandes pensadores contemporâneos da Comunicação no Brasil. A entrada é franca.
Muniz Sodré é graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre em Sociologia da Informação e Comunicação pela Université de Paris IV (Paris-Sorbonne) e doutor em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ao longo da sua trajetória acadêmica, exerceu o cargo de Presidente da Fundação Biblioteca Nacional, entre 2009 e 2011 e, atualmente, é professor titular na Escola de Comunicação da UFRJ. Há alguns anos, Sodré afirmou que o papel do jornalista corresponde a ser intérprete qualificado de uma realidade que deve ser contextualizada, reproduzida e compreendida nas suas relações de causalidade e condicionamentos históricos. “Entramos em um momento da história em que a esfera civilizacional que circunda o homem é espectral.
Não é substancial, de toque. É feita do impalpável, de ausência/presença de luz, seja circuito fechado/circuito aberto, seja o pingo no papel, a imagem no cinema ou na fotografia”, disse em entrevista concedida à revista Pesquisa Fapesp sobre a obra Antropológica do espelho, em 2008.