A cidade de Cordeirópolis sedia até a próxima sexta-feira (8) a 40ª Semana da Citricultura. O evento é realizado pelo Instituto Agronômico (IAC), ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Durante a programação, será comemorado o aniversário de 90 anos do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do IAC. Vale destacar que as palestras abordam diversos temas voltados aos desafios do setor, como inovação tecnológica, nutrição, irrigação e economia.
Ao todo, doze palestras serão ministradas por pesquisadores do instituto, além de apresentações de outras instituições de ensino e empresas. Na semana, ainda ocorrem a 44ª Expocitros e o 49º Dia do Citricultor. A programação pode ser consultada pela internet.
O pesquisador do IAC Dirceu de Mattos Júnior destacará o efeito das mudanças climáticas na citricultura. De acordo com o profissional, áreas no Estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro estão sofrendo limitações à manutenção ou ao aumento da produtividade dos pomares, por causa do excesso de radiação luminosa.
“Relatórios recentes sobre o levantamento da safra de citros nessas regiões mostram prejuízos à produção, com a redução cerca de 30 milhões de caixas a cada ano, o que corresponde a um valor estimado anual de aproximadamente R$ 540 milhões, associados às temperaturas altas ocorridas nos meses de outubro de 2013 a 2016”, explica.
Aquecimento global
As preocupações sobre as mudanças climáticas são foco de vários estudos nas regiões produtoras de citros, como Estados Unidos, Espanha, Turquia e China. Em colaboração com o Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o IAC avalia os efeitos do aquecimento global sobre aspectos bioquímicos e fisiológicos das plantas, de modo a promover a manutenção do florescimento e a formação dos frutos.
A iniciativa, que conta com o apoio Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), analisa plantas de laranjeira-doce, limoeiro e cafeeiro. O projeto busca correlações entre temperatura das folhas, sistema enzimático antioxidante, trocas gasosas e meio de amenizar os prejuízos ao florescimento e fixação de frutos.
De acordo com especialistas, as variações entre a temperatura do ar e das folhas das plantas podem aumentar em até 5°C nos períodos mais quentes do dia. Segundo o pesquisador, a expectativa é de obter informações que auxiliem em novas tomadas de decisões de manejo para manter a produtividade dos pomares citrícolas em relação ao novo cenário climático.