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Virando Bixo

Mulheres predominam no Enem, mas têm médias menores que homens

Publicado em 08 março 2021

No Dia Internacional da Mulher, um levantamento realizado a pedido do Virando Bixo mostra que as desigualdades de gênero afetam o desempenho de garotas e garotos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

De acordo com os dados, nos últimos três anos, as mulheres foram a maioria dos candidatos que fizeram o Enem. No entanto, de maneira geral, suas notas médias tendem a ser menores do que a dos homens. Além disso, elas tendem a ter melhor desempenho em linguagem e ciências humanas do que em matemática e ciências da natureza. É o que mostra a análise das notas de homens e mulheres nas edições 2019, 2018 e 2017 do Enem, feita pela TRIEduc, consultoria especializada na análise de dados educacionais a pedido do Virando Bixo.

Em 2019 as mulheres se equipararam aos homens em linguagem os dois gêneros fizeram, em média, 401 pontos em linguagem. Em 2018 e 2017, a média delas ficara um pouco abaixo daquela obtida por eles. Em 2018, as médias foram, respectivamente, 395 e 398. Em 2017, também respectivamente, foram 355 e 358.

Discrepância em matemática

Os dados também mostram que matemática é a área do conhecimento em que a distância entre a pontuação média das garotas e garotos tende a ser maior ou seja, elas a desvantagem delas é maior, chegando a cerca de 30 pontos.

Em 2017, em matemática, elas tiveram em média 330 pontos e eles 358 (ou seja, 28 pontos de diferença). No ano seguinte, foram 30 pontos de diferença média de 367 para as mulheres e 397 para os homens. Em 2019, foram computados 32 pontos de diferença: a média das garotas foi de 368 e a dos garotos, 400.

De acordo com a Unesco, as mulheres são minoria nas áreas de matemática, tecnologia engenharia e ciências da natureza

Segundo diversas pesquisas, a diferença de desempenho de meninos e meninas em matemática pode ser explicada por desigualdades de gênero; quer dizer, fatores como a baixa expectativa em relação ao desempenho das meninas em matemática afetam seu desempenho nessa área do conhecimento. De maneira geral, acredita-se que "matemática é coisa de menino".

Dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apontam uma prevalência masculina de 65% nas áreas Stem, sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharias e matemática. Nesta última, o problema é especialmente acentuado, de acordo com a revista Fapesp Pesquisa.

Em contrapartida a esse cenário, iniciativas como o torneio Meninas na Matemática buscam estimular o envolvimento das meninas com a área.

O mesmo pode ser dito sobre o desempenho em ciências naturais, área do conhecimento em que se percebe uma diferença significativa entre as médias das candidatas e dos candidatos ao Enem 14 pontos em 2017, 8 pontos em 2018 e 15 pontos em 2019.

Confira a seguir as médias em cada área do conhecimento e em cada ano.

Enem 2017

Candidatas: 3.946.756

Candidatos: 2.784.585

Ciências da Natureza

Mulheres: 331

Homens: 345

Ciências Humanas

Mulheres: 357

Homens: 371

Linguagem

Mulheres: 355

Homens: 371

Matemática

Mulheres: 330

Homens: 358

Enem 2018

Candidatas: 3.257.703

Candidatos: 2.256.044

Ciências da Natureza

Mulheres: 346

Homens: 354

Ciências Humanas

Mulheres: 425

Homens: 431

Linguagem

Mulheres: 395

Homens: 398

Matemática

Mulheres: 367

Homens: 397

Enem 2019

Candidatas: 3031822

Candidatos: 2063448

Ciências da Natureza

Mulheres: 342

Homens: 357

Ciências Humanas

Mulheres: 387

Homens: 396

Linguagem

Mulheres: 401

Homens: 401

Matemática

Mulheres: 368

Homens: 400