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MULHER, CIENTISTA E DISSEMINADORA DO SEU CONHECIMENTO

Publicado em 19 março 2021

Esse mês, vamos conhecer o trabalho da Pesquisadora Laudicéia Alves de Oliveira.

Laudicéia Alves de Oliveira é doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, com ênfase em Bioquímica de macromoléculas, pela da Faculdade de Medicina de Botucatu – FMB – UNESP. Desenvolve projeto de pesquisa em prospecção de biomoléculas de toxinas de serpentes no Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos – CEVAP – UNESP. Possui experiência em química de proteínas, análises cromatográficas, análise protêomica e espectrometria de massas. Atualmente atua como pesquisadora principal a frente de um PIPE-FAPESP, na área de desenvolvimento de kits diagnósticos rápidos na área de acidentes por animais peçonhentos.

Veja como foi nosso bate-papo:

Primeira Pergunta – Quem é você?

Resposta da Laudicéia – “Sou biomédica e aluna do Programa de Pós-graduação em Doenças Tropicais. Possuo interesse em toxinologia e desenvolvo projeto de doutorado em prospecção de efeitos biológicos de peptídeo do veneno de cascavel pela Faculdade de Medicina de Botucatu em parceria com o Instituto Butantan, Fiocruz e Universidad Nacional del Nordeste – Argentina”.

Segunda Pergunta – O que te fez escolher ser cientista e, especificamente, a sua área de estudo?

Resposta da Laudicéia – “Sempre fui uma criança questionadora. Ao descobrir que a ciência é de onde vem todas as respostas para as perguntas da humanidade me tornei fascinada pela pesquisa e principalmente por pesquisadores que fizeram a diferença na vida das pessoas através de descobertas em doenças negligenciadas, como por exemplo Oswaldo Cruz, Vital Brazil, que me influenciaram a dedicar minha vida acadêmica a prospectar melhorias para as doenças que afetam os menos favorecidos”.

Terceira Pergunta – Como você vê a ciência no Brasil?

Resposta da Laudicéia – “O Brasil possui excelentes cientistas, porém infelizmente não há investimentos suficientes para que as pesquisas sejam feitas e mais pessoas se tornem cientistas, isso é o único problema, pois cada dia mais as pessoas têm se interessado por ciência”.

Quarta Pergunta – Na sua visão, qual o papel dos cientistas na sociedade?

Resposta da Laudicéia – “Acredito que o papel do cientista vai além de fazer pesquisa. O cientista também tem a missão de formar pessoas, popularizar a ciência e disseminar conhecimento, principalmente em tempos de fake news.

Quinta Pergunta – Quais conselhos você pode dar para quem deseja entrar na sua área do conhecimento?

Resposta da Laudicéia – “É importante estudar muito sobre os temas de interesse para entender o caminho a ser trilhado, visto que Doenças Tropicais abrange uma gama gigantesca de linhas de pesquisa. Estágios são importantes, assim como participar de reuniões científicas e congressos”.

Sexta Pergunta – Existem muitas pesquisadoras que já sofreram preconceito na academia por serem mulheres. Isso já aconteceu com você?

Resposta da Laudicéia – “Esse tipo de situação nunca aconteceu comigo diretamente, mas sabemos que apesar de haver um grande número de pesquisadoras o número de mulheres liderando altos cargos na academia ou sendo premiadas ainda são inferiores ao de pesquisadores. Ainda há um longo caminho para galgarmos, mas acredito que o futuro será igualitário, já que somos cientistas excelentes”.

Sétima Pergunta – Você considera a divulgação científica um ponto chave da pesquisa ?

Resposta da Laudicéia – “A divulgação científica é essencial. Transformar o conhecimento em algo dinâmico e acessível é a forma mais genuína de devolver a população todo o investimento que foi feito em nossa formação, além de ser uma maneira de deixar a ciência menos elitizada”.