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Publicado em 01 de abril de 2002

A FAPESP participou desde o inicio no desenvolvimento da Internet no Brasil Ê também a responsável pelo registro dos nomes de domínio que usam <.br>. Foi a primeira entidade a ter um Unk internacional, ligando São Paulo a Chicago nos Estados Unidos, no tempo em que essas conexões eram realizadas via operadora única, de gestão estatal. Quando o Grupo Telefônica começou a operar no país, foi procurado pela FAPESP para implementar a sua rede ANSP, o que acabou permitindo às Universidades do Estado de São Paulo terem entre si uma comunicação de alta conectividade e velocidade, para troca de seus dados. As ligações iniciais eram de apenas 9.600 bps, subiram para 14.400 bps, depois para 56 Kbps e, em seguida, para opções mais poderosas de 256 Kbps, de 2 Mbps e atualmente, até para ligações domésticas existe a solução ADSL (Speedy) que oferece opções de 256 Kbps a 2 Mbps. PROJEÇÕES SIMULADAS As possibilidades abertas com a Internet 2 são tão amplas quanto houver demandas e o correspondente desenvolvimento de novos aplicativos a critério da comunidade acadêmica. Mas, em principio, podem envolver desde o acesso a infinitas revistas e periódicos científicos (bibliotecas digitais) com alta fidelidade documental, como projeções simuladas em três dimensões ou ainda o controle remoto de equipamentos laboratoriais. Com a conclusão desse alentado projeto, houve um salto de qualidade e velocidade de banda disponível de grande magnitude. Basta citar os números, para revelar a amplitude do trabalho. De acordo com Glaser, até o fim do ano 2000, o únÁ: entre São Paulo e Campinas estava limitado em 6 Mbps, através de três links de 2 Mbps. "Era o máximo da tecnologia disponível na época, para comunicação de dados, voz ou imagem. Isso significa que para crescer, por exemplo, de 2 para 20 Megabits, precisaríamos usar dez links de 2 Mbps para obter uma banda de 20 Mbps. Agora, a tecnologia existente permite usar em apenas um link, uma banda de 34, 155 ou de 622 Mbps. Já existem equipamentos para transmissão de 2,5 e 10 Gigabits por segundo", acrescenta Glaser. ALTA RESOLUÇÃO Nem todas as ligações que integram a rede ANSP são de 155 Mbps. Apenas as entre São Paulo, Campinas, São Carlos e Araraquara são de 155 Mbps. De qualquer forma, todos os links instalados são suficientes para transmitir uma imagem de alta resolução ou de um procedimento cirúrgico, em tempo real, que pode ser compartilhado por pessoas em diferentes lugares, com possibilidade de interação entre todos os participantes". Isso significa que um médico pode estar operando um paciente no interior de São Paulo e a imagem dos seus movimentos e a sua voz podem ser colocados em telões ou monitores, por exemplo, no Hospital das Clínicas em São Paulo, ou em algum hospital no exterior, no momento em que ocorre a cirurgia. Todos os observadores podem interagir entre si em tempo real COMPETÊNCIA PARA USO Do ponto de vista do desenvolvimento das tecnologias, a capacitação desempenha um papel fundamental. Para ilustrar a importância desse passo, o professor Glaser costuma usar o exemplo de que "não adianta, a um país, que sua população saiba dirigir um carro, mas é preciso saber projetá-lo de acordo com suas próprias necessidades - de clima, de dimensões territoriais, tipos de terreno, condições das rodovias etc". 0 mesmo raciocínio vale para ferramentas como a fibra óptica - ter é apenas uma parte do processo, seguida de competência para o seu uso e para desenvolver serviços baseados nesta infra-estrutura. É um círculo de interdependências, lembra o coordenador da rede ANSP. "Se não tivermos fibra óptica e transmissão de banda larga disponível, como é que vamos treinar os pesquisadores para estes novos processos interativos que exigem Qualidade de Serviço?". No atual momento do projeto Internet 2, alguns procedimentos já foram testados e funcionam muito bem, mas, também gradativamente, vão surgindo novas necessidades. Quando o projeto foi lançado, em dezembro de 1999, a cerimônia foi marcada por uma videoconferência transmitida através de links de 2 Mbps. Foram conectados, então, o Palácio do Governo do Estado, a FAPESP, o INCOR, as Universidades de São Paulo e de Campinas, a Escola Paulista de Medicina da UNIFESP e a PUC-SP. O evento ocorreu simultaneamente nestes locais, mas, para o sucesso do evento, foi preciso treinar os participantes no uso destes novos recursos. MILHARES DE USUÁRIOS A transmissão de imagens é outra aplicação importante no âmbito da Internet 2. "Há excelentes imagens de satélite, mas o tratamento delas não poderia ser transmitido via Web, porque a própria Internet não tinha capacidade para fazê-lo, com boa resolução. Agora, com banda larga, estas imagens poderão ser transmitidas. É um exemplo de como a tecnologia facilita a comunicação. Hoje, a Rede ANSP é um grande laboratório virtual no Estado de São Paulo, interligado por fibra óptica." A Internet 2 está disponível, agora, para todas as universidades, centros de pesquisa e laboratórios paulistas, incluindo diversas instituições de ensino da rede particular, desde que reconhecidamente atuantes na área de pesquisa e desde que tenham demanda para aplicativos de. banda larga com qualidade de serviço. A FAPESP calcula que haja cerca de 200 mil usuários no ambiente acadêmico do Estado de São Paulo, interconectados via rede ANSP. Potencialmente, todos poderiam usar banda larga para suas aplicações, mas, se isso ocorrer ao mesmo tempo, a banda ainda não seria suficiente, admite o professor Glaser. A tendência é das necessidades de uso crescerem velozmente. Não há grandes dificuldades para atender à demanda ampliada, porque "com a mesma infra-estrutura de fibra óptica e centrais telefônicas, ampliando apenas a velocidade de transmissão, podemos ter bandas cada vez mais largas", informa Glaser. A FAPESP colocou, em cada uma das cidades do interior, um Pop (point of presence) com roteadores para atender os diversos centros de pesquisa que se conectam ao Pop através de um link local. A Rede Ansp é um Laboratório Virtual, no Estado de São Paulo, Interligado Por Fibra Óptica