Apresentada ontem, a 2ª C&TEC será realizada entre os dias 3 e 9 de novembro na Unicamp
Sete anos depois da 1ª edição, a 2ª Mostra de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento, rebatizada como C&Tec (originalmente chamada de Ciantec), foi anunciada ontem ao setor empresarial pelo Fórum Campinas, entidade que reúne 11 instituições de pesquisa da região. Apesar do longo vácuo, o projeto volta com a perspectiva de se tornar anual. A estimativa do custo é de R$ 1 milhão, dos quais o Fórum já dispõe de metade para sua realização, agendada para os dias 3 a 9 de novembro, no Ginásio da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A expectativa de público é de 80 mil visitantes ao longo de uma semana de exposição, cerca de 11 mil pessoas por dia.
A missão da mostra é revelar à sociedade o quanto ela precisa e faz uso dos resultados das pesquisas desenvolvidas na região, afirma o presidente da C&Tec 2008 e reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, que confirmou como principal temática do evento a questão da tecnologia e do ambiente. O outro objetivo é apresentar o potencial tecnológico da região a investidores nacionais e internacionais. Segundo Tadeu Jorge, a mostra torna mais clara à população a compreensão de todo o processo de desenvolvimento científico.
De acordo com Tadeu Jorge, a mostra já conta com o apoio de instituições de fomento, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A programação está centrada em temas relacionados à tecnologia e o ambiente. "Todas as instituições poderão mostrar seus trabalhos do ponto de vista ambiental e social, onde se inclui a questão da água. Mas a programação final não está fechada."
Hélio Graciosa, presidente da Fundação CPqD, empresa membro do Fórum Campinas, acha que a iniciativa é uma oportunidade de mostrar a vocação tecnológica da região. "Há resultados intangíveis em eventos como este, além de atrair talentos, interesses e empresários" , diz Graciosa. Segundo ele, a complexidade do evento foi uma das causas para a não realização neste período de sete anos.
"Embora Campinas seja focada em Ciência e Tecnologia e tenha essa fama, a população não conhece muito bem o que se faz, especialmente sobre os institutos mais antigos, como o IAC (Instituto Agronômico)" , diz Orlando Melo de Castro, diretor geral do IAC. "Do café consumido no Brasil, por exemplo, 90% são variedades desenvolvidas pelo IAC. Temos a uva o ano inteiro, graças ao desenvolvimento de pesquisa, porque ela é uma fruta de clima frio; e desenvolvemos o feijão carioquinha. São inúmeros exemplos. Isso não pode cair no esquecimento, porque são coisas que fazem a diferença, inclusive no preço." (Adriana Menezes/Da Agência Anhangüera)