Depois das mortes de 57 animais por envenenamento, 36 projetos de pesquisa - muitos com prazo para acabar - ficaram paralisados.
Todas as pesquisas realizadas com animais do Zoológico de São Paulo estão suspensas. A medida foi tomada no início de fevereiro por causa das mortes dos bichos - já são 57 casos confirmados de envenenamento por fluoracetato de sódio desde 24 de janeiro. A retomada só deve ocorrer após a solução das mortes.
Alguns pesquisadores admitem que pode haver prejuízos por causa da interrupção dos 36 projetos de pesquisa que estavam em andamento no parque, alguns com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp), que têm prazo definido para o termino. Mas consideram a decisão necessária num momento difícil.
"Os programas que envolvem a vinda de pesquisadores de fora e alteram a rotina foram suspensos, até por bom senso. Estamos chateadíssimos min essas mortes e torcendo por uma rápida solução", disse a médica veterinária Sandra Helena Ramiro Corrêa, da Divisão de Veterinária do Zôo.
Outro trabalho temporariamente interrompido, segundo a professora do Departamento de Zoologia da USP Eleonora Trajano, membro do Conselho Orientador do parque, foi um projeto de avaliação comportamental do gorila Virgulino. "Há um grande esforço em não prejudicar as pesquisas, mas algumas coisinhas ficaram suspensas."
Várias universidades, como USP, Unesp e Unip, desenvolvem programas de pesquisa no Zoológico. A veterinária Sandra participa de três. Um deles, que compara a ação de anestésicos injetáveis e inalatórios para tratamento odontológico em 24 leões, é encabeçado pela professora Sílvia Cotopassi, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária da USP. "Os testes começaram em 2003 e vão até o início de 2005. Quinze leões já foram avaliados quanto aos injetáveis", disse.
Os pequenos felinos como gatos do mato, mourisco e maracajá - cerca de 70 no total - também estavam passando por trabalhos de coleta de sangue, avaliação reprodutiva e eletrocardiograma.
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Jornal da Tarde