O Estado de São Paulo tem em torno de 300 mortes por dia por Covid-19, o que corresponde à queda de um Boeing 747 todos os dias
Na última terça-feira (14/07), o Instituto Butantan e a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) realizaram um debate virtual em que apresentaram um balanço dos quatro primeiros meses de pandemia de Covid-19 no Brasil e projeções para os próximos meses.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, as mortes diárias por coronavírus no estado de São Paulo podem continuar em um “patamar elevado” até 2021.
Dimas Covas faz parte do Centro de Contingência montado pelo governo de São Paulo e já coordenou o grupo em um dos revezamentos de seus membros. No entanto, apresenta posições diferentes das defendidas pela gestão João Doria (PSDB).
“Nós vamos manter essa epidemia por um bom tempo ainda. A taxa de mortalidade, embora possa estar estabilizada, está em um patamar elevado. Temos algo em torno de 300 óbitos por dia no estado de São Paulo. O que corresponde a um Boeing 747. Estamos tendo a explosão de um Boeing 747 por dia e pode ser que isso se prolongue até o ano que vem”, afirmou.
De acordo com as projeções apresentadas por Dimas Covas, os números de mortes e casos devem continuar subindo no estado, já que a taxa de transmissão da doença ainda não caiu o suficiente para derrubar o contágio.
“Embora muitos tenham a falsa sensação de que estamos em um momento de inflexão, de platô, na realidade esses casos ainda devem continuar aumentando. Da mesma forma, o número de óbitos deve continuar aumentando”, afirmou.
Em 11 de junho, Dimas Covas já havia criticado o plano de reabertura do comércio em São Paulo, destacando que a curva de casos no estado continuava em ascensão.
Segundo Dimas Covas, a solução para diminuir as mortes e casos seria aumentar o isolamento social para 70%, o que já era recomendado por especialistas no início da pandemia, mas deixou de ser o principal critério para a reabertura.
“Considerando o que nós temos mantido de isolamento social, abaixo de 50%, em torno de 45% no estado como um todo, nós vemos essa espécie de platô. A alternativa a isso seria aumentar as medidas de isolamento para 70%, com isso nós seguramente teríamos um comportamento diferente da epidemia” afirma o diretor.
Fonte: G1