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Morte de idosos cresceu até junho, apesar de diminuição de casos em SP (20 notícias)

Publicado em 26 de setembro de 2020

Por Brenda Marques, do R7

A taxa de internações e de mortalidade por covid-19 entre os idosos do Estado de São Paulo seguiu um padrão distinto do observado na comparação com todas as idades de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde apresentados em seminário realizado pela Agência Fapesp e o Instituto Butantan na última quinta-feira (24).

"Há aquele achatamento [da curva de internação] quando é instituída a quarentena, em março. Depois, há uma retomada de crescimento bastante importante que não se interrompe na hora que se coloca a obrigatoriedade da máscara [em maio] e também se mantém ao longo do início do plano de flexibilização [da quarenta em junho]" afirma Paulo Rossi Menezes da Coordenadoria de Controle de Doenças da secretaria.

O gráfico apresentado por ele durante o seminário mostrou que o mesmo aconteceu com a taxa de mortalidade: cresceu progressivamente até junho, sem ter sido afetada pela obrigatoriedade do uso de máscara.

Por outro lado, o gráfico que representa a incidência de internações entre pessoas de todas as idades se desenhou de maneira muito diferente. Menezes usou a capital paulista como exemplo.

De acordo com ele, a curva de internações parou de crescer quando a quarentena começou e se manteve estacionada por um mês. "Depois, volta a crescer, que é quando a gente observou a redução do distanciamento social, de acordo com as mensurações diárias por telefonia móvel", observa.

"Já em maio, temos a obrigatoriedade do uso de máscara para todos que saem de casa e aqui é dramática a mudança de inflexão da curva de internações e a queda continua acontecendo a partir de junho", completa.

De acordo com ele, esses dados mostram que os idosos estão sendo infectados dentro de casa, por outras pessoas que moram com eles, mas saem para as ruas e ao voltar trazem o vírus para seus lares, onde descartam as medidas de prevenção ao contágio.

"Quando as pessoas estão em casa elas não usam a máscara, então, os idosos ficam expostos e são vulneráveis, portanto, têm uma chance muito grande de ter a doença [covid-19] grave e, eventualmente, vir a óbito", destaca.