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Mortalidade de idosos aumenta com poluição (1 notícias)

Publicado em 27 de dezembro de 2004

Um estudo publicado na Revista de Saúde Pública, que analisou dados de 1993 a 1997, mostrou que a elevação de poluentes em uma determinada época do ano, mesmo com o intervalo de dias, provocou um aumento no número de mortes na população acima de 60 anos de idade nos hospitais da cidade. Entre os três contaminantes avaliados, ozônio, monóxido de carbono e material particulado, este último apareceu como o principal vilão. Os modelos matemáticos e as correlações estatísticas realizadas pelos pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de SP mostraram que o aumento de 10 microgramas por metro cúbico do poluente causou um incremento de 1,1% nas mortes. Outra parcela da população foi avaliada pelo mesmo estudo. O material particulado também apareceu como o poluente mais crítico para a saúde da população menor de 15 anos de idade. Nesse caso, em vez das mortes, os pesquisadores estudaram o aumento das internações de crianças e adolescentes nos hospitais públicos da capital paulista. Também usando a elevação de 10 microgramas por metro cúbico, os pesquisadores calcularam que o aumento do poluente material particulado gerou um acréscimo de 1,3% das internações por doenças respiratórias. Em todo o período de estudo, a quantidade de poeira no ar de SP esteve acima do considerado ideal pelas autoridades de saúde. Em vez das 50 microgramas por metro cúbico, a média entre 1993 e 1997 esteve em 65 microgramas por metro cúbico. O impacto dos poluentes nas mortes e nas internações pôde ser percebido, segundo os pesquisadores, com um exercício simples. No ano de 1999, a média de material particulado, segundo os dados da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), esteve em 19 microgramas por metro cúbico. A partir de fórmulas matemáticas, foi possível saber que essa redução da média, em relação ao período de 1993 a 1997, seria suficiente para poupar 471 mortes de idosos e 476 internações de menores de 15 anos nos hospitais públicos da capital.
(Agência Fapesp, 23/12)