Notícia

ANJ - Associação Nacional de Jornais

Morre José Marques de Melo, um dos maiores pensadores da comunicação no Brasil

Publicado em 21 junho 2018

Um dos principais teóricos da comunicação brasileira, o jornalista alagoano José Marques de Melo faleceu, aos 75 anos, na tarde desta quarta-feira (20), em decorrência de complicações de um enfarte. O profissional teve influência na criação, gestão e manutenção das mais emblemáticas faculdades de jornalismo do Brasil.
Melo foi o primeiro doutor em jornalismo titulado por uma universidade brasileira, integrou o corpo docente que fundou a Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), da qual virou diretor posteriormente e onde obteve os títulos de doutor em Ciências da Comunicação, livre-docente e professor catedrático de jornalismo.
Foi um dos fundadores também da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), onde era considerado presidente de honra, e publicou cerca de 50 livros e coletâneas sobre estudos na área. Também fundou o Centro de Pesquisas da Comunicação Social, da Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero.
Atualmente, Melo exercia atividades na Universidade Metodista de São Paulo, onde era titular da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, além de professor emérito da USP. Fazia parte do conselho curador e era presidente de honra do Intercom.
Nascido em Palmeira dos Índios, em Alagoas, no dia 15 de junho de 1943, obteve os títulos de bacharel em Jornalismo (Universidade Católica de Pernambuco, 1964), bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (Universidade Federal de Pernambuco, 1965) e pós-graduação em Ciências da Informação Coletiva (Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação para a América Latina, Equador, 1966) no período anterior à sua ida a São Paulo.
Melo iniciou a carreira acadêmica em 1966 como assistente do professor Luiz Beltrão, no Instituto de Ciências da Informação da Universidade Católica de Pernambuco (Recife), transferindo-se logo em seguida para a capital paulista. Nessa ocasião, foi convidado por Octávio da Costa Eduardo para trabalhar como diretor de pesquisas do Instituto de Estudos Sociais e Econômicos (Inese), onde começou a ganhar reputação como pesquisador comunicacional.
Fundou, em 1967, o Centro de Pesquisas da Comunicação Social, mantido pela Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, então vinculada à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Neste mesmo ano, foi contratado na USP, integrando o corpo docente fundador da então Escola de Comunicações Culturais, hoje Escola de Comunicações e Artes.
Em 1973, Melo defendeu o doutorado em Ciências da Comunicação na ECA e se tornou o primeiro doutor em jornalismo no Brasil. Depois, recebeu bolsa de pós-doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para realizar estudos avançados de comunicação nos Estados Unidos. Na ECA também obteve o título de livre-docente e foi professor titular.
Foi o responsável pela implantação do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA, que chefiou por vários anos, atividade somente interrompida nos anos de 1974 a 1979, durante o regime militar, quando esteve impedido de exercer a docência em universidades públicas brasileiras. Anistiado em 1979, reassumiu sua cátedra na USP, exercendo-a em regime de dedicação exclusiva ao ensino e à pesquisa. Em 1989, foi escolhido para exercer o cargo de diretor da ECA, mandato cumprido até 1993, quando decidiu se aposentar voluntariamente da instituição.
Em 1994, a convite do então reitor da Unicamp, Carlos Vogt, ajudou a fundar o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo. Ainda dirigiu a Faculdade de Ciências da Comunicação da Umesp – Universidade Metodista de São Paulo, no triênio 1997/2000, quando realizou ampla reforma pedagógica, sintonizada com as novas diretrizes curriculares do Ministério da Educação.
Nos Estados Unidos, Melo realizou estudos avançados de comunicação com o respaldo acadêmico do MUCIA (Consórcio Universitário do Meio-Oeste, integrado pelas universidades de Wisconsin, Minesotta, Indiana, Illinois e Michigan), em 1973-1974. Desenvolveu também estudos na Espanha e, em 1992, foi nomeado Catedrático Unesco de Comunicação da Universidade Autônoma de Barcelona. Atuou ainda como pesquisador/professor visitante em diversas outras universidades estrangeiras, nos Estados Unidos, México, Argentina, Uruguai, Venezuela, Bolívia e Chile.
Entre os principais livros de Melo – ele escreveu 38 obras, além de coordenar dezenas de coletâneas –, estão: Comunicação Social: Teoria e Pesquisa, Estudos de Jornalismo Comparado, Sociologia da Imprensa Brasileira, A Opinião no Jornalismo Brasileiro, Comunicação e Modernidade, Fontes para o Estudo da Comunicação e Teoria da Comunicação: Paradigmas Latino-Americanos. José Marques de Melo publicou mais de uma centena de artigos em periódicos científicos, nacionais e estrangeiros, bem como em jornais e revistas de grande circulação no Brasil e América Latina.
Em 1977, idealizou e foi um dos fundadores Intercom, entidade que nasceu semi-clandestina e tornou-se a principal associação de pesquisadores em comunicação no país. Exerceu a presidência da entidade em três mandatos e, na atualidade, era seu presidente de honra e liderava seu Conselho Curador. Melo idealizou também a Rede Alfredo de Carvalho – que, depois, se tornaria a Alcar (Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia) – e inspirou intelectualmente redes nacionais e internacionais, como Lusocom e Folkcom.
Guerreiro Midiático
Melo foi impedido por anos de exercer a docência em universidades públicas em razão da ditadura militar. Chegou a ter todos os seus méritos acadêmicos cassados nesse período em que, exilado, trocou o Brasil pelos Estados Unidos. Reassumiu sua cátedra na USP após a anistia e, em 1989, foi escolhido pela comunidade acadêmica para exercer o cargo de diretor da ECA, função ocupada até 1993, quando se aposentou na instituição.
Segundo o biógrafo do jornalista, Sergio Matos, autor da obra “O Guerreiro Midiático – Biografia de José Marques de Melo”, o jornalista foi um homem “que se destaca pela capacidade de organizar, congregar e de ser também um grande agitador cultural, cuja experiência de vida e de realizador incansável serve de exemplo a todas as gerações”.
Trabalhou em ao menos dez redações, entre elas a Gazeta de Alagoas, onde começou, e a Folha. Da S.Paulo. Atuou em jornais como Gazeta de Alagoas, Jornal de Alagoas, Jornal do Commercio, Última Hora, A Gazeta, O São Paulo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Correio Braziliense e Zero Hora. Mas sua paixão era mesmo a academia
Há cinco anos, lidava com o mal de Parkinson e até colocou um chip no cérebro para driblar a doença — os sintomas, porém, não impediam Zé de exercer as atividades de professor, pesquisador e jornalista. Deixou a mulher, Maria Silva, os dois filhos Marcelo e Silvana, a irmã, Maria José, três netos e seus vários orientandos.
Pioneiro
A morte foi lamentada por instituições e estudiosos da comunicação. O reitor da Universidade Metodista de São Paulo, Paulo Borges Campos Júnior, emitiu nota lamentando a morte e o classificando como o “professor que teceu a comunicação no Brasil”. “O talento do professor Marques vem de uma trajetória de desafios e vitórias, desde a sua atuação como líder estudantil nos idos dos anos 1960, como jornalista que cobriu fatos históricos em nosso país, como comunicador público e educador em movimentos à frente de seu tempo”, declarou.
"Mesmo as perseguições que sofreu por conta de ações ditatoriais foram para ele oportunidade de renovação, de demonstração de seu caráter inovador e revolucionário. A sua inquietação o trouxe a São Paulo e fez com que ele mudasse o rumo da comunicação, da pesquisa e das instituições por onde passou – Faculdade Cásper Líbero, Universidade de São Paulo, Universidade Metodista de São Paulo –, sempre buscando renovação e dinamismo", acrescentou Campos Júnior.
O professor da ECA Eugênio Bucci disse ao Estado de S.Paulo que Marques de Melo foi “pioneiro na projeção de uma ponte entre a universidade e a cultura profissional”. “Os estudos dele têm uma forma forte influência na consolidação do repertório acadêmico, mas também conquistou muito respeito entre jornalistas profissionais experientes. O trabalho dele sobre a história e as práticas jornalísticas também foi essencial”, disse.
A direção da Escola de Comunicações e Artes publicou uma nota de falecimento:
É com pesar que a Diretoria da Escola de Comunicações e Artes da USP informa o falecimento na tarde de hoje, dia 20 de junho, do Professor Emérito José Marques de Melo. Até o fechamento desta nota não houve confirmação, por parte da família, de informações sobre seu velório e sepultamento.
José Marques de Melo foi o primeiro doutor em jornalismo titulado por uma universidade brasileira e participou ativamente de momentos marcantes da história da ECA: integrou o corpo docente fundador da Escola de Comunicações Culturais, foi criador e primeiro Chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) e Diretor. Durante sua rica trajetória intelectual, contribuiu com a formação de inúmeros pesquisadores e publicou dezenas de livros que se tornaram referências para as áreas de jornalismo e comunicação.
O professor José Marques de Melo será lembrado por todos com gratidão e carinho pela sua dedicação e contribuição fundamentais para a Escola de Comunicações e Artes da USP.
Diretoria da Escola de Comunicações e Artes
A Intercom também publicou nota de falecimento:
É com grande tristeza que a Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação informa o falecimento do Professor José Marques de Melo, nesta quarta-feira, 20 de junho de 2018, aos 75 anos.
O sepultamento será realizado nesta quinta-feira, 21 junho, às 11h, no Cemitério do Morumbi, em São Paulo (Rua Deputado Laércio Corte, 468, Morumbi).
A Intercom, em nome de toda a comunidade acadêmica e profissional das Ciências da Comunicação, oferece sua solidariedade à família e celebra a vida e a obra deste que foi um de seus mais importantes representantes.
Nascido em 15 de junho de 1943 em Palmeiras dos Índios, Alagoas, o Prof. Marques de Melo era jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco e foi, em 1973, o primeiro doutor em comunicação a ser titulado por uma universidade brasileira. Em 1977, idealizou e foi um dos fundadores da Intercom, onde atuava como presidente de honra e membro do Conselho Curador. Atualmente, era Titular da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional na Universidade Metodista de São Paulo.
Leia mais em:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/mortes-pesquisador-do-jornalismo-foi-um-maioral-na-academia.shtml
https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,morre-o-jornalista-jose-marques-de-melo-referencia-em-estudos-da-comunicacao-no-pais,70002358599
https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/morre-jornalista-alagoano-jose-marques-de-melo-aos-75-anos-em-sao-paulo.ghtml
https://jornal.usp.br/universidade/comunidade-usp/morre-jose-marques-de-melo-um-dos-maiores-pensadores-da-comunicacao-no-brasil/
https://jornal.usp.br/universidade/comunidade-usp/morre-jose-marques-de-melo-um-dos-maiores-pensadores-da-comunicacao-no-brasil/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/gente/noticia/2018/06/morre-jose-marques-de-melo-um-dos-principais-pesquisadores-em-jornalismo-no-brasil-cjinnpeh30i4901qoeeyhr96y.html
http://portalimprensa.com.br/noticias/ultimas_noticias/80635/jose+marques+de+melo+um+dos+fundadores+da+intercom+morre+aos+75+anos

Um dos principais teóricos da comunicação brasileira, o jornalista alagoano José Marques de Melo faleceu, aos 75 anos, na tarde desta quarta-feira (20), em decorrência de complicações de um enfarte. O profissional teve influência na criação, gestão e manutenção das mais emblemáticas faculdades de jornalismo do Brasil.

Melo foi o primeiro doutor em jornalismo titulado por uma universidade brasileira, integrou o corpo docente que fundou a Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), da qual virou diretor posteriormente e onde obteve os títulos de doutor em Ciências da Comunicação, livre-docente e professor catedrático de jornalismo.

Foi um dos fundadores também da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), onde era considerado presidente de honra, e publicou cerca de 50 livros e coletâneas sobre estudos na área. Também fundou o Centro de Pesquisas da Comunicação Social, da Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero.

Atualmente, Melo exercia atividades na Universidade Metodista de São Paulo, onde era titular da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional, além de professor emérito da USP. Fazia parte do conselho curador e era presidente de honra do Intercom.

Nascido em Palmeira dos Índios, em Alagoas, no dia 15 de junho de 1943, obteve os títulos de bacharel em Jornalismo (Universidade Católica de Pernambuco, 1964), bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (Universidade Federal de Pernambuco, 1965) e pós-graduação em Ciências da Informação Coletiva (Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação para a América Latina, Equador, 1966) no período anterior à sua ida a São Paulo.

Melo iniciou a carreira acadêmica em 1966 como assistente do professor Luiz Beltrão, no Instituto de Ciências da Informação da Universidade Católica de Pernambuco (Recife), transferindo-se logo em seguida para a capital paulista. Nessa ocasião, foi convidado por Octávio da Costa Eduardo para trabalhar como diretor de pesquisas do Instituto de Estudos Sociais e Econômicos (Inese), onde começou a ganhar reputação como pesquisador comunicacional.

Fundou, em 1967, o Centro de Pesquisas da Comunicação Social, mantido pela Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, então vinculada à Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Neste mesmo ano, foi contratado na USP, integrando o corpo docente fundador da então Escola de Comunicações Culturais, hoje Escola de Comunicações e Artes.

Em 1973, Melo defendeu o doutorado em Ciências da Comunicação na ECA e se tornou o primeiro doutor em jornalismo no Brasil. Depois, recebeu bolsa de pós-doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para realizar estudos avançados de comunicação nos Estados Unidos. Na ECA também obteve o título de livre-docente e foi professor titular.

Foi o responsável pela implantação do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA, que chefiou por vários anos, atividade somente interrompida nos anos de 1974 a 1979, durante o regime militar, quando esteve impedido de exercer a docência em universidades públicas brasileiras. Anistiado em 1979, reassumiu sua cátedra na USP, exercendo-a em regime de dedicação exclusiva ao ensino e à pesquisa. Em 1989, foi escolhido para exercer o cargo de diretor da ECA, mandato cumprido até 1993, quando decidiu se aposentar voluntariamente da instituição.

Em 1994, a convite do então reitor da Unicamp, Carlos Vogt, ajudou a fundar o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo. Ainda dirigiu a Faculdade de Ciências da Comunicação da Umesp – Universidade Metodista de São Paulo, no triênio 1997/2000, quando realizou ampla reforma pedagógica, sintonizada com as novas diretrizes curriculares do Ministério da Educação.

Nos Estados Unidos, Melo realizou estudos avançados de comunicação com o respaldo acadêmico do MUCIA (Consórcio Universitário do Meio-Oeste, integrado pelas universidades de Wisconsin, Minesotta, Indiana, Illinois e Michigan), em 1973-1974. Desenvolveu também estudos na Espanha e, em 1992, foi nomeado Catedrático Unesco de Comunicação da Universidade Autônoma de Barcelona. Atuou ainda como pesquisador/professor visitante em diversas outras universidades estrangeiras, nos Estados Unidos, México, Argentina, Uruguai, Venezuela, Bolívia e Chile.

Entre os principais livros de Melo – ele escreveu 38 obras, além de coordenar dezenas de coletâneas –, estão: Comunicação Social: Teoria e Pesquisa, Estudos de Jornalismo Comparado, Sociologia da Imprensa Brasileira, A Opinião no Jornalismo Brasileiro, Comunicação e Modernidade, Fontes para o Estudo da Comunicação e Teoria da Comunicação: Paradigmas Latino-Americanos. José Marques de Melo publicou mais de uma centena de artigos em periódicos científicos, nacionais e estrangeiros, bem como em jornais e revistas de grande circulação no Brasil e América Latina.

Em 1977, idealizou e foi um dos fundadores Intercom, entidade que nasceu semi-clandestina e tornou-se a principal associação de pesquisadores em comunicação no país. Exerceu a presidência da entidade em três mandatos e, na atualidade, era seu presidente de honra e liderava seu Conselho Curador. Melo idealizou também a Rede Alfredo de Carvalho – que, depois, se tornaria a Alcar (Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia) – e inspirou intelectualmente redes nacionais e internacionais, como Lusocom e Folkcom.

Guerreiro Midiático

Melo foi impedido por anos de exercer a docência em universidades públicas em razão da ditadura militar. Chegou a ter todos os seus méritos acadêmicos cassados nesse período em que, exilado, trocou o Brasil pelos Estados Unidos. Reassumiu sua cátedra na USP após a anistia e, em 1989, foi escolhido pela comunidade acadêmica para exercer o cargo de diretor da ECA, função ocupada até 1993, quando se aposentou na instituição.

Segundo o biógrafo do jornalista, Sergio Matos, autor da obra “O Guerreiro Midiático – Biografia de José Marques de Melo”, o jornalista foi um homem “que se destaca pela capacidade de organizar, congregar e de ser também um grande agitador cultural, cuja experiência de vida e de realizador incansável serve de exemplo a todas as gerações”.

Trabalhou em ao menos dez redações, entre elas a Gazeta de Alagoas, onde começou, e a Folha. Da S.Paulo. Atuou em jornais como Gazeta de Alagoas, Jornal de Alagoas, Jornal do Commercio, Última Hora, A Gazeta, O São Paulo, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Correio Braziliense e Zero Hora. Mas sua paixão era mesmo a academia

Há cinco anos, lidava com o mal de Parkinson e até colocou um chip no cérebro para driblar a doença — os sintomas, porém, não impediam Zé de exercer as atividades de professor, pesquisador e jornalista. Deixou a mulher, Maria Silva, os dois filhos Marcelo e Silvana, a irmã, Maria José, três netos e seus vários orientandos.

Pioneiro

A morte foi lamentada por instituições e estudiosos da comunicação. O reitor da Universidade Metodista de São Paulo, Paulo Borges Campos Júnior, emitiu nota lamentando a morte e o classificando como o “professor que teceu a comunicação no Brasil”. “O talento do professor Marques vem de uma trajetória de desafios e vitórias, desde a sua atuação como líder estudantil nos idos dos anos 1960, como jornalista que cobriu fatos históricos em nosso país, como comunicador público e educador em movimentos à frente de seu tempo”, declarou.

"Mesmo as perseguições que sofreu por conta de ações ditatoriais foram para ele oportunidade de renovação, de demonstração de seu caráter inovador e revolucionário. A sua inquietação o trouxe a São Paulo e fez com que ele mudasse o rumo da comunicação, da pesquisa e das instituições por onde passou – Faculdade Cásper Líbero, Universidade de São Paulo, Universidade Metodista de São Paulo –, sempre buscando renovação e dinamismo", acrescentou Campos Júnior.

O professor da ECA Eugênio Bucci disse ao Estado de S.Paulo que Marques de Melo foi “pioneiro na projeção de uma ponte entre a universidade e a cultura profissional”. “Os estudos dele têm uma forma forte influência na consolidação do repertório acadêmico, mas também conquistou muito respeito entre jornalistas profissionais experientes. O trabalho dele sobre a história e as práticas jornalísticas também foi essencial”, disse.

A direção da Escola de Comunicações e Artes publicou uma nota de falecimento:

É com pesar que a Diretoria da Escola de Comunicações e Artes da USP informa o falecimento na tarde de hoje, dia 20 de junho, do Professor Emérito José Marques de Melo. Até o fechamento desta nota não houve confirmação, por parte da família, de informações sobre seu velório e sepultamento.

José Marques de Melo foi o primeiro doutor em jornalismo titulado por uma universidade brasileira e participou ativamente de momentos marcantes da história da ECA: integrou o corpo docente fundador da Escola de Comunicações Culturais, foi criador e primeiro Chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) e Diretor. Durante sua rica trajetória intelectual, contribuiu com a formação de inúmeros pesquisadores e publicou dezenas de livros que se tornaram referências para as áreas de jornalismo e comunicação.

O professor José Marques de Melo será lembrado por todos com gratidão e carinho pela sua dedicação e contribuição fundamentais para a Escola de Comunicações e Artes da USP.

Diretoria da Escola de Comunicações e Artes

A Intercom também publicou nota de falecimento:

É com grande tristeza que a Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação informa o falecimento do Professor José Marques de Melo, nesta quarta-feira, 20 de junho de 2018, aos 75 anos.

O sepultamento será realizado nesta quinta-feira, 21 junho, às 11h, no Cemitério do Morumbi, em São Paulo (Rua Deputado Laércio Corte, 468, Morumbi).

A Intercom, em nome de toda a comunidade acadêmica e profissional das Ciências da Comunicação, oferece sua solidariedade à família e celebra a vida e a obra deste que foi um de seus mais importantes representantes.

Nascido em 15 de junho de 1943 em Palmeiras dos Índios, Alagoas, o Prof. Marques de Melo era jornalista formado pela Universidade Católica de Pernambuco e foi, em 1973, o primeiro doutor em comunicação a ser titulado por uma universidade brasileira. Em 1977, idealizou e foi um dos fundadores da Intercom, onde atuava como presidente de honra e membro do Conselho Curador. Atualmente, era Titular da Cátedra Unesco de Comunicação para o Desenvolvimento Regional na Universidade Metodista de São Paulo.

Leia mais em:

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/06/mortes-pesquisador-do-jornalismo-foi-um-maioral-na-academia.shtml

https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,morre-o-jornalista-jose-marques-de-melo-referencia-em-estudos-da-comunicacao-no-pais,70002358599

https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/morre-jornalista-alagoano-jose-marques-de-melo-aos-75-anos-em-sao-paulo.ghtml

https://jornal.usp.br/universidade/comunidade-usp/morre-jose-marques-de-melo-um-dos-maiores-pensadores-da-comunicacao-no-brasil/

https://jornal.usp.br/universidade/comunidade-usp/morre-jose-marques-de-melo-um-dos-maiores-pensadores-da-comunicacao-no-brasil/

https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/gente/noticia/2018/06/morre-jose-marques-de-melo-um-dos-principais-pesquisadores-em-jornalismo-no-brasil-cjinnpeh30i4901qoeeyhr96y.html

http://portalimprensa.com.br/noticias/ultimas_noticias/80635/jose+marques+de+melo+um+dos+fundadores+da

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