Os bairros Planalto e Nossa Senhora Aparecida foram definidos como os setores censitários locais para o Levantamento das Condições Bucais do Estado de São Paulo (SBSP 2015). A pesquisa acontecerá simultaneamente em 177 municípios paulistas junto a 20 mil pessoas, entre adolescentes, adultos e idosos.
Os bairros foram definidos por sorteio e divulgados durante treinamento para representantes da macrorregião da DRS 2 de Araçatuba, para aplicação da pesquisa. Os municípios de Araçatuba, Andradina, Auriflama, Birigui, Castilho, Guararapes, Mirandópolis, Penápolis, Pereira Barreto e Valparaíso integram a região.
O treinamento para os profissionais envolvidos no levantamento foi realizado nos dias 13 e 14. As informações técnicas foram ministradas pela professora Suzely Adas Saliba Moimaz, da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, e pelo responsável por trabalho de campo Vladen Vieira, da Faculdade de Saúde Pública - USP, que esteve em Araçatuba representando a Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo Vieira, os municípios serão os maiores beneficiários do estudo, pois poderão conhecer as problemáticas e buscar soluções. "Com as informações, a Prefeitura saberá onde deverá investir, assim como o Estado. O estudo possibilitará também um comparativo entre cidades da região, Estados e todo o Brasil". O pesquisador explicou que a mesma tecnologia pode ser aplicada para comparar resultados entre equipes de cada localidade.
SIMULAÇÃO
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria Tereza de Andrade serviu de sede para o processo de calibração de examinadores. A calibração visa estabelecer padrões uniformes e parâmetros para o exame epidemiológico em saúde bucal. O treinamento prático serviu para que as equipes examinassem um mesmo grupo de indivíduos, e os resultados fossem comparados.
Os pacientes examinados na calibração foram selecionados pelas equipes de saúde bucal da UBS. Ao todo foram 30 pessoas, divididas entre as faixas etárias pesquisadas. A Prefeitura de Araçatuba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, ofereceu alimentação e um kit de higiene bucal aos participantes.
CASA A CASA
A pesquisa pretende conhecer a prevalência e severidade das cáries, doença periodontal, má oclusão, trauma e edentulismo, nas faixas etárias de 15 a 19, 35 a 44, e de 65 anos ou mais. Além de obter informações socioeconômicas, como utilização de serviços odontológicos, autopercepção e riscos à saúde bucal, capital social. A pesquisa será realizada nos domicílios brasileiros a partir de amostras censitárias.
Em Araçatuba, a coordenação do levantamento será de Luiz Eduardo Gonçalves Soares, da examinadora Lília Maria Brisque Pignata, auxiliada por Maria Lourdes Polleti. Os profissionais atuam na rede municipal de saúde, respectivamente no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e na Clínica da Juventude, e serão responsáveis pelo treinamento das equipes de campo.
Conforme os profissionais, cerca de 300 domicílios de Araçatuba, localizados nos bairros Planalto e Nossa Senhora Aparecida deverão ser visitados para o estudo: 60 pessoas entre 15 e 19 anos; 64 pessoas de 35 a 44 anos; e 54 pessoas com 65 anos ou mais. O bairro Umuarama foi escolhido como suplente.
As equipes envolvidas na pesquisa serão compostas por um dentista, um auxiliar e um agente comunitário de saúde. Ainda não foram definidas quantas equipes serão destinadas para cada um dos setores sorteados.
Após o sorteio da quadra, as casas serão visitadas em busca das faixas etárias determinadas na pesquisa. Moradores serão identificados, entrevistados e examinados. Outras informações serão sobre pessoas ausentes e as que recusarem participar da pesquisa. A coleta de dados deverá ser realizada até o final do mês de maio.
Lília Pignata explica que pessoas identificadas com necessidade de tratamento serão encaminhadas para a Unidade Básica de Saúde. O coordenador espera que a população auxilie na coleta de dados, recebendo os avaliadores. De acordo com a metodologia do estudo, os dados individuais não serão divulgados, as informações obtidas serão sigilosas e o nome do paciente não será identificado. A consulta deve ser realizada no ambiente familiar, em área aberta e à luz do dia.
O estudo conta com financiamento do Ministério da Saúde e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), além de logística e coordenação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)/Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP). Também tem apoio técnico científico de todas as faculdades públicas de odontologia do Estado de São Paulo e do Comitê Técnico Assessor em Vigilância em Saúde Bucal do Ministério da Saúde/Faculdade de Saúde Pública da USP.
DA REDAÇÃO - ARAÇATUBA