Notícia

O Carioba

Monitoramento da circulação de Covid-19, dengue e influenza, é feita pelo novo centro de pesquisa do Butantan (23 notícias)

Publicado em 28 de julho de 2023

Precisa entender a circulação e as variantes do vírus envolvido, para combater uma pandemia como a de Covid-19 ou conter a disseminação de uma doença grave como a dengue. Abastecer essas informações, imprescindíveis para a formulação de políticas públicas de saúde, é o esforço do CeVIVAS (Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica), projeto do CDC (Centro de Desenvolvimento Científico) do Butantan apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Em operação desde o final de 2022, o CeVIVAS já está sequenciando amostras dos vírus SARS-CoV-2, DENV e influenza e acaba de lançar seu site oficial ( https://cevivas.butantan.gov.br/ ). O propósito é prover profissionais de saúde, cientistas, pesquisadores e a população em geral sobre a circulação e características desses vírus nas mais diversas regiões do Brasil.

O site do projeto traz informações sobre a iniciativa, suas linhas de pesquisa, os pesquisadores responsáveis, eventos e notícias, além de newsletters que serão divulgadas a cada 6 meses.

Durante a pandemia da Covid-19, foram dados os primeiros passos para a criação do CeVIVAS, quando a equipe liderada pela diretoria do CDC realizou mais de 50 mil sequenciamentos do vírus SARS-CoV-2 no estado de São Paulo, revelando qual era o cenário pandêmico e as novas cepas encontradas em cada região paulista. Agora, o trabalho foi estendido para envolver o acompanhamento e sequenciamento dos vírus da dengue e influenza.

Sandra Coccuzzo, coordenadora do CeVIVAS, disse: “Faz todo sentido ampliar esse mapeamento para os vírus estratégicos, do ponto de vista de portifólio vacinal do Butantan. Isso vai trazer uma robustez à instituição na discussão de quais são as atualizações necessárias para as vacinas que atendem o país. Nós temos uma ligação importante com o SUS e com a saúde pública a nível nacional”.

Além do monitoramento dos vírus, o CeVIVAS também tem como missão checar se as pessoas vacinadas com o imunizante disponível estão protegidas dessas novas variantes encontradas. A análise dos sequenciamentos vai ajudar o instituto a atualizar seus produtos.

Maria Carolina Sabbaga, investigadora principal do CeVIVAS, comentou: “O projeto permite que o Butantan conheça, de fato, o que está circulando no país e tenha o domínio do conhecimento para poder melhorar suas vacinas”.

No momento, o Butantan é responsável por fornecer 80 milhões de doses da vacina da influenza ao Ministério da Saúde para a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Além disso, ao longo de toda a pandemia, encaminhou ao governo federal mais de 100 milhões de doses da CoronaVac, imunizante contra a Covid-19 produzido em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Já a vacina da dengue está em desenvolvimento pelo instituto e deverá proteger contra os quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e suas respectivas linhagens.

Vale ressaltar que com o apoio de laboratórios parceiros espalhados por todo o Brasil, o CeVIVAS também tem a possibilidade de fazer estudos sobre a história evolutiva dos três vírus e conhecer as variantes virais presentes nas diferentes regiões brasileiras, e suas relações com os diversos climas do país.

O compartilhamento e a transferência de conhecimento entre o centro e os laboratórios também são questões importantes para que os pesquisadores trabalhem juntos com foco na melhoria da saúde pública brasileira.

Sandra, completou dizendo: “Os laboratórios nos dão uma abrangência do que acontece no país. O CeVIVAS também ajuda e transfere esse conhecimento que a gente vem adquirindo, seja na parte técnica quando temos que preparar amostras, ou na própria identificação e discussão sobre o sequenciamento que foi encontrado”.