Um estudo liderado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificou um conjunto de proteínas ligadas à depressão tardia, doença manifestada na população idosa. Foram determinadas moléculas que podem contribuir para diagnósticos e tratamentos mais eficazes. O estudo foi publicado no periódico europeu Journal of Proteomics e envolve também cientistas das universidades de Connecticut (EUA) e de Toronto (Canadá), além da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
De acordo com a Unicamp, uma das diferenças entre a depressão tardia e a depressão maior pode estar ligada ao aspecto ambiental, a partir de experiências na vida que influenciam em mudanças biológicas que levam à depressão. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, ao menos seis a cada 100 pessoas, entre 65 e 74 anos, devem ser diagnosticadas com depressão.
Para a pesquisa, foram analisadas amostras sanguíneas de 50 pessoas, das quais 19 possuem diagnóstico de depressão tardia. O estudo mostrou diferenças significativas na concentração de 96 proteínas, das quais 75 são candidatas para a determinação de uma identidade molecular para a doença geriátrica. Segundo a Unicamp, é possível identificar algumas moléculas no sangue que teriam o poder de distinguir quem tem a doença e quem não tem.
Além disso, a doutoranda Lícia Silva-Costa, do Laboratório de Neuroproteômica da Unicamp e uma das autoras do estudo, identificou seis proteínas que tem uma correlação a severidade dos sintomas. Para Daniel Martins-de-Souza, professor da Unicamp e coordenador do trabalho, também pode ser uma marcação para verificar que uma pessoa vai ter uma piora muito grande de sintomas. A proposta seguinte é validar essas informações com novas amostras.