Uso de composto abre caminho para produção de novo medicamento contra a doença esquis a feita por um grupo internacional de cientistas identificou um composto capaz de interromper o ciclo de vida do parasita causador da malária no corpo humano, impedindo a transmissão da doença para o mosquito vetor. Os resultados do estudo abrem caminho para que um novo medicamento contra a doença seja desenvolvido.
O trabalho teve a participação de brasileiros, financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp). A molécula denominada TCMDC-135051, sintetizada pela empresa farmacêutica GSK, conseguiu inibir uma proteina essencial para o ciclo de vida de três espécies de parasitas causadores da malária, sendo duas delas em circulação no Brasil. Mesmo o mais agressivo dos parasitas- Plasmodium falciparum- mostrou-se sensível ao composto.
“[ De acordo com dados do ano passado]- foram documentados mais de 190 mil casos de pessoas infectadas pela malária no Brasil, a grande maioria na região amazônica. O número de pessoas infectadas é bastante grande. A indústria farmacêutica mundial tem pouco interesse nesse tipo de doença porque os países são pobres e as doenças não são crônicas ”, disse Paulo Godoi, que realizou o trabalho de pesquisa no Centro de Química Medicinal (COMED), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles. O paciente com malária não é capaz de transmitir a doença diretamente para outra pessoa- é preciso que haja a participação do mosquito.
A ação do composto testado na pesquisa afeta o parasita em diferentes estágios de desenvolvimento, o que o torna mais eficiente. A substância tem eficácia na fase assexuada do parasita, quando ele se prolifera dentro da célula humana e provoca os sintomas, quanto na fase sexuada.