Desde o final de fevereiro, o mestrando Martin Schwellberger Barbosa está na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá, onde permanecerá durante quatro meses. O aluno aproveitará a estadia para dar continuidade às pesquisas envolvendo o desenvolvimento de materiais semicondutores realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais da Unesp.
A presença do estudante do Instituto de Química (IQ) de Araraquara no Canadá é consequência de uma série de visitas que uma comitiva da Unesp realizou, sob a coordenação da Arex (Assessoria de Relações Externas da Unesp), por diversas instituições de ensino e pesquisas canadenses em junho de 2013.
O professor Marcelo Orlandi foi um dos integrantes dessa comitiva e na ocasião estabeleceu contato com a professora da Escola Politécnica, Clara Santato, que coordena um laboratório de ponta em pesquisas de materiais eletroativos na instituição. "Apresentei a ela os resultados do nosso grupo no IQ e logo houve um interesse em trabalharmos juntos. Naquele momento, havia um edital da Prope (Pró-Reitoria de Pesquisa) aberto e em agosto de 2013 a bolsa do Martin já estava aprovada para este estágio", explica Orlandi, que também estabeleceu um acordo de cooperação entre as instituições. No Brasil, o projeto de mestrado do aluno Martin Barbosa recebe bolsa da Fapesp e está suspensa durante os quatro meses de estágio.
No laboratório em Montreal, a equipe da professora Clara trabalha principalmente com síntese de materiais orgânicos (derivados de moléculas orgânicas) e suas aplicações como transistores. Transistores também são o objeto das pesquisas do mestrado de Martin Barbosa. Na Unesp, entretanto, destaca-se a síntese de nanomateriais cerâmicos (derivados de compostos inorgânicos) e diversas aplicações em microcomponentes.
Segundo o professor Marcelo, estes quatro meses em um laboratório com equipamentos de ponta e com foco em transistores orgânicos irá colaborar para desenvolver dispositivos melhores, que consigam conjugar os sistemas orgânico e inorgânico.
No mês passado, Pedro Henrique Suman, outro aluno do IQ, de Araraquara, embarcou para os EUA, onde desenvolverá parte da sua pesquisa de doutorado no prestigiado MIT (Massachussets Institute of Technology).
"Nós dois estamos testando os mesmos materiais. A diferença é que o Pedro está fazendo medida de sensores, usados para gases tóxicos, por exemplo, enquanto eu faço medidas para aplicação em transistores. Mais tarde, os dois temas podem se relacionar novamente, uma vez que é possível você construir sensores de gás com transistores", explica Martin Barbosa.
Internacionalização da Unesp
A Unesp assumiu a internacionalização da universidade como uma das prioridades de sua gestão, mantendo atualmente relações com 45 países, num total de 395 acordos vigentes. Este esforço visa diversificar o ambiente acadêmico e colocar alunos e professores em contato com outras culturas e diferentes visões de mundo, contribuindo assim para o intercâmbio da ciência e do conhecimento e garantindo a inserção da Unesp no rol das grandes instituições de ensino superior internacionais.
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