BRASÍLIA - O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, reconheceu ontem que o MEC errou ao avaliar cursos recém-criados de pós-graduação e de doutorado. Muitos desses cursos, que ainda estão em fase de estruturação, receberam conceitos baixos ou foram reprovados com D (insuficente) e E (desestruturados) na avaliação divulgada na semana passada pelo MEC. O ministro garantiu que os conceitos dados à pelo menos 20 cursos serão retirados do catálogo distribuído pelo MEC às instituições de ensino. "Houve um exagero da comissão de avaliação ao dar conceitos a cursos de mestrado com menos de dois anos de funcionamento e de doutorados com menos de quatro", afirmou Paulo Renato.
Entre os casos que começam a ser estudados esta semana há cursos em vários estados, entre, eles alguns criados no ano passado, como a pós-graduação e o doutorado em Letras (Estudo Comparativo de Literatura de Línguas), da Universidade de São Paulo. Os critérios adotados foram confusos. Enquanto na PUC de Porto Alegre o mestrado em Informática, criado em 1994, ficou sem nota, o curso de mestrado em Comunicação Social, que começou a funcionar no mesmo ano, foi reprovado com E.
Mesmo com esses problemas, o ministro ressaltou que a avaliação demonstra que o ensino de pós-graduação no país apresenta melhor qualidade que o ensino fundamental e o segundo grau. Paulo Renato afirma que a ligeira queda nos conceitos dos cursos verificada na última avaliação realizada pelo MEC se deve ao rigor dos critérios adotados. A aposentadoria em massa de professores que vem ocorrendo em função das mudanças previstas na Reforma da Previdência, segundo o ministro, não influiu nesse quadro. "A expansão da pós-graduação no país tem sido rápida, mas a qualidade do ensino está mantida", disse.
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Jornal do Brasil