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Ministro da Agricultura anuncia s seqüenciamento do DNA do café (1 notícias)

Publicado em 11 de agosto de 2004

BRASÍLIA - O Brasil confirmou ontem que ainda é o país do café. Em uma solenidade na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) anunciou oficialmente a finalização do primeiro seqüenciamento genético mundial do cafeeiro. O trabalho envolveu a Embrapa, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e outras 20 instituições. Além do genoma, foi anunciada a criação de um banco de dados com 200 mil seqüências, a partir dos 32 mil genes identificados. Rodrigues fez questão de participar do anúncio e chegou a dizer que o avanço permitirá ao país desenvolver um "supercafé'. O Brasil é o maior exportador mundial do produto e o segundo maior consumidor, atrás apenas dos EUA. "O café já foi o carro-chefe da nossa economia. Agora mostramos que o café brasileiro continua na vanguarda", disse. O seqüenciamento não traz apenas status científico ao Brasil. A partir do conhecimento do genoma, as plantas poderão ser melhoradas e adaptadas a diferentes climas ou pragas, dando mais qualidade e competitividade ao café. Para os pesquisadores, será possível alterar o sabor, o aroma e até mesmo a quantidade de cafeína dos grãos. O melhoramento não significa modificar geneticamente a planta. Para José Manuel Cabral Dias, chefe da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o genoma traz inúmeras possibilidades de cruzamento mesmo dentro da genética convencional. Um exemplo é a identificação dos genes que são "ligados" durante o florescimento da planta, que podem ser usados para modificar o sabor e dar mais qualidade ao café. O projeto, que custou R$ 6 milhões (R$ 1,9 milhão em recursos diretos), não chegou a seqüenciar por inteiro o DNA do café. Segundo Dias, a pesquisa identificou 32 mil genes da planta, de um total de 40 mil ou 50 mil. "Os 32 mil seqüenciados são os mais importantes e nos permitem 200 mil combinações", diz. O banco de dados formado a partir do seqüenciamento será gerenciado pela Embrapa e pela Fapesp, que deverão regulamentar o acesso de instituições nacionais e estrangeiras ao banco de dados. O banco contém seqüências de plantas das espécies Coffea arábica e Coffea robusta.