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Comércio da Franca

Ministro alerta empresários: a saída é inovar ou morrer (1 notícias)

Publicado em 02 de abril de 2008

"Ou as grandes e médias empresas percebem que de vem fazer pesquisa e inovação ou não vão sobreviver". A expectativa do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Machado Rezende, em relação ao empresariado brasileiro foi revelada ontem, durante o painel sobre o PAC da Inovação no 52° Fórum de Debates Projeto Brasil. O ministro acrescentou que os empresários terão apoio dos governos estaduais e do governo Federal, que "têm um conjunto de medidas para apoiar a pesquisa, o desenvolvimento". O Plano de Ação do Ministério da Ciência e Tecnologia tem previsão de investimentos da ordem de R$ 41,2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento nos próximos 2 anos.

Rezende apresentou o Plano de Ação em Ciência Tecnologia e Inovação (PAC da Inovação), que articula-se à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior do governo e aos Planos de Desenvolvimento da Educação, Saúde e Agropecuária durante o Fórum. De acordo com ele, o PAC da Inovação permitirá a ampliação do investimento em pesquisa e desenvolvimento para valor correspondente a 1,5% do PIB até 2010. Em 2006, esse investimento foi de 1,02%. O objetivo é aumentar também o envolvimento dos recursos do setor privado na pesquisa de novas tecnologias, atingindo 0,65% dos investimentos do setor até a mesma data.

A inserção desta nova meta no dia-a-dia de produção das empresas, de acordo com o ministro, será estimulada pelos programas de financiamento e subvenção da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "É preciso que até 2010 as políticas de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento se encontrem e que o BNDES priorize a inovação". Segundo ele, a instalação do Centro de Pesquisas da mineradora Vale em São José dos Campos, ainda em 2008, é um exemplo do engajamento da comunidade acadêmica e do setor produtivo como oferta de apoio tecnológico para inovação das empresas. "Está em curso na sociedade brasileira um processo de mudança cultural", afirmou.

O ministro também previu o crescimento no número de bolsas oferecidas pelo CNPq, de 68 mil em 2006 para 105 mil em 2010 com foco especial nas engenharias - a criação de 400 Cenhos Vocacionais Tecnológicos e 600 novos telecentros. Segundo ele, o fortalecimento das atividades de pesquisa e inovação em áreas estratégicas para a soberania do país é uma das prioridades do Ministério da Ciência e Tecnologia para os próximos 2 anos. Entre essas áreas, o ministro incluiu os programas Espacial e Nuclear, a Defesa Nacional e Segurança Pública, os biocombustíveis, a energia elétrica, hidrogênio e energias renováveis, o petróleo, gás e carvão mineral, o agronegócio, tecnologias de informação e de comunicação, agronegócio, amazônia e semi-árido, meteorologia e mudanças climáticas e saúde.

Sibratec

Um sistema integrado de apoio às atividades de inovação, prestação de serviços tecnológicos e transferência de tecnologia entre as diversas entidades públicas e empresas privadas também está sendo preparado pelo Ministério da Ciência Tecnologia. O Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) deve implementar a mesma organização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com Centros de Pesquisa e Núcleos Regionais que estarão em contato permanente. De acordo com o ministro, "institutos tecnológicos federais, estaduais e privados que aderirem ao Sibratec terão financiamento garantido para suas pesquisas, mas terão compromissos a cumprir".

O presidente da (Finep/MCT), Luis Fernandes, também presente ao seminário, informou que os recursos previstos para subvenções à pesquisa este ano são da ordem de R$ 358 milhões. Sendo que também há a previsão de financiamentos da ordem de R$ 760 milhões. Para ele, a "integralização de instrumentos, programas e ações das agências de fomento", pode melhorar a gestão desses recursos.

Já o Coordenador Adjunto de Inovação Tecnológica da Fapesp. Sérgio Robles, alertou que a grande oferta de financiamentos e subvenções deve ser acompanhada de avaliações rigorosas dos projetos a serem incentivados. "Ser rigoroso na avaliação pode produzir resultados melhores no futuro do que ser muito liberal nos critérios de avaliação", afirmou.

"Hoje a competição não tem mais barreiras", afirmou o jornalista Luís Nassif, Coordenador do Projeto Brasil, que patrocinou a 52° Fórum de Debates Projeto Brasil, sob o tema Inovação e Tecnologia. "Uma empresa com idéias boas pode se capitalizar e conquistar um setor da noite para o dia, mas ela não pode se estagnar e precisa investir num exercício permanente de inovação", concluiu.