O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, empossou, nesta terça-feira (24), o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o bioquímico Hernan Chaimovich. A cerimônia foi realizada no auditório do CNPq, em Brasília. Desde janeiro de 2011, a agência era presidida pelo biofísico Glaucius Oliva.
"O CNPq tem um papel importante em estimular, organizar e dirigir o esforço no que diz respeito ao desenvolvimento da ciência e da pesquisa no Brasil, e o professor Hernan Chaimovich é homem talhado para esse desafio", afirmou o ministro. "O professor tem todas as credenciais para presidir essa grande instituição da nossa pátria. No Brasil, além de uma carreira brilhante como pesquisador, ele fez política acadêmica para abrir caminhos para evolução da ciência e da pesquisa", ressaltou.
Em seu discurso, o novo presidente, que teve a nomeação publicada no Diário Oficial da União no dia 10 de fevereiro, falou sobre a importância estratégica da ciência para o desenvolvimento nacional e do papel do CNPq no esforço conjunto do governo e da sociedade para fazer o País avançar. Segundo ele, é necessário aplicar o conceito de inovação em todos os níveis da sociedade.
"No século 21, é inconcebível pensar na criação do trabalho decente, no combate à pobreza e no fortalecimento da governabilidade democrática sem criar e usar ciência de forma intensiva e abrangente", disse. "É necessário aplicar as tecnologias adequadas localmente, levando inovação a todos os níveis da sociedade e aprimorando o ensino de ciências."
Futuro
Chaimovich enumerou uma série de princípios que irão orientar seu modelo de gestão. Nas suas palavras, a instituição de fomento "deve financiar, exclusivamente, o que apenas o CNPq pode financiar com excelência na análise de mérito e na avaliação de impacto, sempre observando os códigos de conduta que devem caracterizar a ética pública".
Além disso, o órgão vinculado ao MCTI deve colaborar na formulação de projetos estratégicos para que a pesquisa científica básica e tecnológica e a inovação "cumpram, efetivamente, o seu papel essencial no desenvolvimento sustentável e socialmente justo do País". "Se cada órgão focar no que apenas ele pode fazer, ou no que faz de melhor, a execução de projetos nacionais e utilização de recursos públicos pode ser otimizada", defendeu.
Ele também pontuou que a interdisciplinaridade entre as diversas áreas de conhecimento e a sinergia entre instituições de ensino e pesquisa e as políticas públicas são o que determina a busca pela excelência científica.
Gestão anterior
Aldo Rebelo e Hernan Chaimovich destacaram a importância da gestão do ex-presidente Glaucius Oliva, inclusive no que tange ao trabalho conjunto com outros órgãos públicos e entidades. À frente da agência, Oliva constituiu uma série de parcerias com ministérios, agências regulatórias, instituições de pesquisa, empresas e organizações não governamentais.
"Dezenas de parcerias foram estabelecidas e com o lançamento de editais temáticos em assuntos de interesse comum", disse Oliva. Desses editais, ele destacou as chamadas públicas da Secretaria de Política para Mulheres, com o edital para pesquisa sobre gêneros, mulheres e feminismo, e o edital sobre produção de pesquisas e estudos para monitoramento, avaliação e aprimoramento do programa Minha Casa Minha Vida, do Ministério das Cidades.
"Em pouco mais de três anos nós multiplicamos por 25 o número de bolsas concedidas a estudantes e pesquisadores brasileiros pelo CNPq no exterior", afirmou. "Eram 500 bolsas por ano em 2010 e foram 12,5 mil no ano de 2014", afirmou. No mesmo período, acrescentou, o CNPq atendeu 322 mil bolsistas. "Investimos R$ 10,4 bilhões em projetos e bolsas", comentou.
Trajetória
Hernan Chaimovich graduou-se na Universidade do Chile em 1962. Ele vem atuando na política científica nacional e internacional com pesquisas, publicações e participações em conselhos, além de ocupar posições executivas.
Fez o doutorado em ciências biológicas (bioquímica) na Universidade de São Paulo (USP), com conclusão em 1979. Suas pesquisas na área de bioquímica concentram-se em físico-química orgânica, estudando sistemas biomiméticos, em particular estrutura de micelas e vesículas e catálise micelas e enzimática.
Na USP, foi professor titular do Instituto de Química (IQ), chefe do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química, pró-reitor de Pesquisa e diretor do IQ.
Para assumir o CNPq, o novo titular deixa a vice-presidência da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a coordenação do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp). Leia mais.
Fonte: MCTI