Na manhã desta terça-feira, 25 de fevereiro, o governo federal anunciou a demissão da ministra da Saúde, Nísia Trindade, após uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nísia, que ocupou o cargo por mais de dois anos e tinha um perfil técnico consolidado, esteve à frente da pasta desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023, quando sucedeu a presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para assumir um dos ministérios mais estratégicos durante a pandemia de COVID-19.
A saída da ministra já era uma expectativa nos bastidores do Palácio do Planalto, à medida que uma reforma ministerial começava a ser articulada por Lula. O novo ministro da Saúde será Alexandre Padilha, que deixará a Secretaria de Relações Institucionais para assumir o cargo. Para a secretaria, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) é o nome cotado para suceder Padilha.
Durante um evento que aconteceu horas antes de sua demissão, Nísia Trindade esteve presente ao lado do presidente Lula para anunciar um acordo com o Instituto Butantan, que visa a produção de 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue. A cerimônia, que teve local no Palácio do Planalto, foi marcada por aplausos de pé em homenagem à ministra, evidenciando a consideração que muitos tinham por seu trabalho à frente da saúde pública.
Entretanto, o período de Nísia na pasta não foi isento de controvérsias. Seu desempenho e decisões enfrentaram críticas tanto de diferentes setores do governo quanto do Congresso Nacional. Ao longo de sua gestão, enfrentou desafios significativos que marcaram a trajetória da saúde no Brasil, abrangendo desde a luta contra a pandemia de COVID-19 até a condução de políticas públicas essenciais.
A mudança ocorre em um momento de transição para o governo, que busca reorganizar suas prioridades em meio a um cenário de demandas sociais complexas. A expectativa é de que Alexandre Padilha traga uma nova abordagem para a pasta, buscando a construção de um diálogo mais amplo e eficaz para enfrentar os desafios que o sistema de saúde brasileiro ainda enfrenta.