A cerimônia aconteceu no Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) no Hemocentro, localizado no campus da Universidade de São Paulo (USP). Outras autoridades também participaram da cerimônia, incluindo o secretário de Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva. De acordo com a ministra, o objetivo da pesquisa é fazer com que o tratamento seja disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, no futuro, possa abranger mais doenças além da leucemia linfoide aguda de células B e do linfoma não Hodgkin de células B, que são os primeiros alvos do estudo.
O estudo clínico envolveu 81 pessoas em um ambiente multicentro, envolvendo as competências da USP em pesquisa, inovação e tecnologia, como o Butantan e o Unicamp. O objetivo é fazer chegar um tratamento revolucionário para doenças como linfomas e leucemia aguda à população.
A unidade já está em operação e deve atender a 300 pacientes por ano. O tratamento envolve a coleta de glóbulos brancos (células de defesa) do paciente por meio da coleta de sangue pela veia. Essas células são manipuladas e expandidas em laboratório e devolvidas à corrente sanguínea do paciente. Elas identificam e matam as células do câncer.
Desde 2019, 20 pacientes que não responderam bem aos tratamentos convencionais receberam a terapia com as células de forma experimental e limitada. De acordo com os médicos, 14 deles continuam bem.
Nesta primeira etapa do estudo, quatro pacientes voluntários receberão o tratamento no HC de Ribeirão Preto por um período de 15 a 30 dias. Os dados serão encaminhados à Anvisa para avaliação da segurança e eficácia do tratamento.
Ao todo, 81 pacientes serão selecionados para participar da iniciativa em cinco instituições de saúde: Hospital das Clínicas, Beneficência Portuguesa e Sírio Libanês, ambos em São Paulo (SP), Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e Hospital de Clínicas de Campinas (SP). Pessoas com idade de três a 70 anos que não responderam bem aos tratamentos convencionais para as doenças são elegíveis.
A triagem é feita exclusivamente por meio do médico do paciente. O profissional deve entrar em contato pelo e-mail [email protected], e a documentação anexada será analisada pelas equipes participantes da pesquisa. Os testes clínicos devem durar um ano, mas todos os pacientes serão acompanhados pelos próximos cinco anos.