Com o objetivo de conhecer os sistemas de saúde e de pesquisa paulista e prospectar oportunidades de colaboração científica, a ministra de Assuntos Sociais e da Saúde da França, Marisol Touraine, visitou o Instituto Butantan no dia 29 de janeiro.
A delegação francesa, da qual também faziam parte o embaixador Bruno Delaye e o cônsul geral da França em São Paulo, Damien Loras, foi recebida pelo diretor do Butantan, Jorge Kalil, pelo secretário de Estado da Saúde, Giovanni Guido Cerri, e pelo presidente da FAPESP, Celso Lafer.
"Procuramos dar um panorama do ensino médico, do sistema de saúde e da pesquisa aplicada feita pelo Instituto Butantan. Foi uma visita de prospecção, para avaliar em que áreas poderiam ser desenvolvidas parcerias entre a França e o Estado de São Paulo", disse Kalil à Agência FAPESP.
Além de falar sobre a importância da pesquisa realizada em São Paulo - Estado responsável por cerca de 50% da produção científica brasileira -, Lafer mencionou o investimento feito pela FAPESP em 2012 para apoiar projetos na área de saúde: R$ 308,4 milhões ou 30% do total investido em pesquisa.
De acordo com Lafer, há 12 projetos vigentes em colaboração com instituições de pesquisa ou agências de fomento da França por meio de acordos de cooperação científica com a FAPESP. Cinco desses projetos são na área da saúde e tratam de temas como mal de Parkinson, nefropatias e infecções micobacterianas.
Kalil falou sobre o acordo existente entre o Instituto Butantan e o laboratório francês Sanofi Pasteur que objetiva a transferência de tecnologia para a produção da vacina contra a gripe sazonal.
"Essa parceria também se estende para outros tipos de vacina que atualmente são compradas. Além disso, há colaboração com instituições francesas em pesquisas para futuros desenvolvimentos em todas as áreas. Mas, sem dúvida, podemos avançar na parte de doenças infecciosas e de imunologia", disse.
Para o secretário da Saúde, o interessante seria estimular o intercâmbio entre profissionais de hospitais públicos paulistas e franceses. "O sistema de saúde francês é considerado um dos mais avançados do mundo. É um programa de assistência de qualidade, no qual as universidades integram ensino e pesquisa. É o modelo que estamos querendo seguir aqui no Estado de São Paulo", afirmou.
Segundo Cerri, a ideia é vincular os hospitais estaduais a universidades públicas e privadas, de modo a transformar todos os hospitais públicos em formadores de recursos humanos e potenciais produtores de pesquisa.
"Foi um encontro interessante e útil, que permitiu ver como pode se desenvolver a cooperação entre a França e o Brasil, em particular com as instituições de São Paulo. Temos muitas pesquisas em comum e vamos estimular o trabalho conjunto para a vacinação da população", disse Touraine.