A ministra da Saúde, Nísia Trindade, revelou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 22, que o Ministério da Saúde está em constante diálogo com o Instituto Butantan para viabilizar a distribuição do imunizante contra a dengue desenvolvido na instituição. No entanto, Nísia ressaltou que a produção atual ainda não é suficiente para uma campanha de vacinação em larga escala.
De acordo com a ministra, o Instituto Butantan prevê a produção de 1 milhão de doses em 2025 e mais 100 milhões nos próximos três anos, conforme anunciado recentemente. A vacina, batizada de Butantan-DV, aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuição e aplicação.
Nísia enfatizou que a vacina em uma única dose demonstrou eficácia e segurança contra os quatro sorotipos do vírus da dengue em estudos clínicos. No entanto, a ministra destacou que, mesmo com a possível aprovação, a vacinação em massa não será possível em 2025 devido à necessidade de aumentar a escala de produção.
Além das conversas com o Instituto Butantan, o Ministério da Saúde está investindo em ações de vigilância em conjunto com Estados e Municípios. Também está programada uma reunião com o Ministério da Educação (MEC) para reforçar ações de prevenção e conscientização sobre a dengue nas escolas.
Enquanto aguarda a aprovação da Butantan-DV, o Brasil conta com a vacina Qdenga, fabricada pela empresa japonesa Takeda. No entanto, a importação e a necessidade de duas doses por pessoa limitam a imunização. A Takeda tem capacidade de produção restrita, o que torna as doses insuficientes para atender toda a população-alvo aprovada pela Anvisa.
Com a expectativa de que o parecer da Anvisa seja divulgado até meados de março, a população aguarda ansiosamente a possibilidade de contar com uma vacina eficaz e de dose única contra a dengue, representando um avanço significativo na luta contra essa doença transmitida por mosquitos.