Durante um evento do Grupo de Trabalho (GT) Saúde no G20, realizado em Natal (RN), na última segunda-feira, 2 de setembro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, abordou o cenário da dengue no Brasil.
Em suas declarações, a ministra afirmou que não existem “condições” para eliminar a doença do país Nísia destacou que a dengue tem se manifestado no Brasil há aproximadamente 40 anos, com variações na intensidade dos surtos ao longo do tempo.
“Nós sabemos que não há condições de eliminar a dengue. Ela aparece há 40 anos, alguns anos mais forte, outros menos; e, agora, ampliou muito a escala” disse Nísia, ao comentar sobre a situação atual da doença.
Diante desse cenário, Nísia Trindade defendeu a implementação de um plano abrangente de controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Entre as estratégias mencionadas pela ministra está o uso de tecnologias inovadoras, como a Wolbachia. Essa tecnologia envolve a liberação de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus dentro do mosquito, ajudando a reduzir a transmissão da doença para os seres humanos.
Além do controle do mosquito, Nísia Trindade destacou a importância da vacinação como uma das principais estratégias para combater a dengue no país. A ministra mencionou a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, apontando-a como a “grande aposta” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para enfrentar a doença.
Dengue no Brasil
De janeiro a agosto deste ano, o Brasil registrou 6.500.835 casos prováveis de dengue. Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde contabilizam ainda 5.244 mortes confirmadas e 1.985 em investigação para a doença. O coeficiente de incidência da dengue no país, neste momento, é de 3.201,4 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Os números mostram que 55% dos casos de dengue foram identificados entre mulheres e 45% entre homens. As faixas etárias que mais contabilizaram infecções pela doença são de 20 a 29 anos; de 30 a 39 anos; e de 40 a 49 anos. Já os grupos menos atingidos são crianças com menos de 1 ano; idosos com 80 anos ou mais; e crianças de 1 a 4 anos.
São Paulo lidera o ranking de estados que registraram maior número de dengue grave ou com sinais de alarme este ano, com um total de 24.825 casos. Em seguida aparecem Minas Gerais (15.101), Paraná (13.535) e Distrito Federal (10.212). Já os estados com menos casos graves ou com sinais de alarme são Roraima (3), Acre (11), Rondônia (33) e Sergipe (62).