O Ministério da Saúde estuda ampliar a vacinação no país com a produção nacional da vacina contra a dengue. Hoje, foi instalado o Centro de Operações de Emergência para monitorar o avanço da doença no país.
Tendas para triagem foram espalhadas pelo Distrito Federal. E este sábado (3) teve reforço no atendimento, com mais leitos de hidratação e profissionais para fazer testes em pessoas com sintomas da doença. A Secretaria de Saúde informou que 900 pessoas são atendidas por dia nessas unidades. E as UPAs estão lotadas.
Com tantos casos, o Distrito Federal pediu ajuda das Forças Armadas e terá o primeiro hospital de campanha. A estrutura já começou a ser montada e deve ficar pronta até segunda-feira. Militares da Aeronáutica de Brasília e do Rio de Janeiro vão atender pacientes em dois turnos, nessa área de Ceilândia, que concentra grande parte dos doentes.
As regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul são as que mais preocupam, segundo o governo. Nelas há surtos epidêmicos pontuais.
O Brasil não vive uma epidemia, mas está em estado de alerta. Por isso, o Ministério da Saúde instalou na tarde deste sábado (3) o Centro de Operações de Emergência, que terá representantes da Anvisa e da Organização Pan-Americana da Saúde, além das secretarias de saúde de estados e municípios.
O grupo vai monitorar a situação em todo o Brasil, definir ações e decidir, por exemplo, se é necessário o envio de soro, de testes, de mais recursos.
Em janeiro, 5 estados e o Distrito Federal tiveram aumento de mais de 500% no número de casos em comparação com janeiro do ano passado.
Segundo a Ministra da Saúde, ainda não há uma data definida para o início da vacinação contra a dengue. As doses serão distribuídas para 521 municípios, em regiões com alta transmissão da doença.
Num esforço para agilizar a vacinação, o Ministério da Saúde se reuniu com os presidentes do Butantan e da Fiocruz. A estratégia é acelerar a aprovação da vacina que será produzida pelo Butantan e também discutiu com a Fiocruz a possibilidade de produzir no Brasil a vacina japonesa.
"No caso da vacina que denga a sinalização de interesse do laboratório Takeda pela ampliação da produção e ter parcerias no Brasil, então a Fiocruz está analisando não só sua capacidade própria, mas também junto a parceiros da instituição, laboratórios privados que têm plantas que possam ser utilizadas", diz Nísia Trindade.