A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que o Ministério está considerando expandir a disponibilidade da vacina contra a dengue no Brasil. A declaração foi feita durante a inauguração do Centro de Operações de Emergências contra a Dengue (COE Dengue) em Brasília. O assunto foi discutido em reuniões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã, neste sábado (4).
Apesar da possível expansão da vacina, a ministra ressaltou que a aplicação da vacina não terá um impacto imediato no controle da dengue, devido à baixa disponibilidade de doses pelo fabricante. As principais estratégias, de acordo com a ministra, devem ser a prevenção e o cuidado, incluindo o controle dos focos do mosquito em nossas casas e o cuidado com os doentes.
Segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses, 107.159 casos de dengue foram confirmados no Brasil em janeiro de 2024, um aumento em relação aos 82.840 casos confirmados no mesmo mês do ano anterior. Foram confirmadas 29 mortes pela doença em todo o país, e 61 estão sob investigação.
No entanto, a situação no Ceará é diferente do cenário nacional, com 125 casos confirmados de dengue este ano, comparado a 888 no ano passado. Não há mortes confirmadas ou sob investigação no estado em 2024.
Vacinas adquiridas
A primeira remessa de cerca de 757 mil doses da vacina contra a dengue chegou ao Brasil em 20 de janeiro. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está prevista para chegar em fevereiro. No entanto, de acordo com o Ministério da Saúde, os lotes iniciais estão passando por uma análise técnica obrigatória no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).
O Ministério adquiriu a quantidade total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. A empresa prevê que essa quantidade será entregue ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, já foram contratadas outras 9 milhões de doses.
A vacina será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios. A distribuição da vacina para as cidades selecionadas começará na próxima semana, conforme informado pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em uma reunião na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília, na quinta-feira.