Segundo paciente infectado também retornou de viagem na Itália; caso foi registrado em São Paulo.
O Ministério da Saúde confirmou mais um caso positivo de coronavírus no Brasil neste sábado (29). O paciente infectado também retornou de uma viagem na Itália. O ministério informou que foi notificado pela Secretaria de Saúde de São Paulo. Procurada para dar mais detalhes sobre o novo caso, a secretaria ainda não se posicionou.
Esse é o segundo caso da doença confirmado no País, o segundo em São Paulo. Em nota, o ministério afirma que "não há evidências de circulação do vírus em território nacional". Durante toda a semana, as autoridades de saúde do Brasil afirmam que não há motivo para alarde.
Esse segundo caso teve atendimento também no Hospital Albert Einstein. O paciente é um homem e procurou a unidade de saúde na sexta-feira (28). O resultado do exame saiu neste sábado (29). Ele não permaneceu internado.
O último boletim divulgado pelo governo do Estado de São Paulo constava com 66 casos suspeitos da doença. Na manhã deste sábado, 10 casos haviam sido descartados para o coronavírus.
Casos suspeitos
Na sexta-feira (28), o número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, o Covid-19, no Brasil aumentou de 132 para 182. Esse é o número mais recente do Ministério da Saúde.
Das notificações suspeitas, 71 foram descartadas. A maioria dos casos suspeitos está em São Paulo (66), no Rio Grande do Sul (27) e em Minas Gerais (17). O ministério destacou que os casos suspeitos do novo coronavírus só passarão a ser classificados dessa forma se a pessoa monitorada tiver febre, um sintoma a mais (como tosse e dificuldade respiratória) e ter viajado para um dos 16 países em alerta nos últimos 14 dias.
Na tarde deste sábado, o Ministério da Saúde informou que seguirá um novo fluxo de consolidação dos dados relativos aos casos de coronavírus no País, adotando integralmente os dados repassados pelas secretarias estaduais. Assim, haverá uma descentralização da consolidação dos casos, com o objetivo de dar agilidade de resposta à doença.
Antes, as notificações feitas pelos Estados, eram reanalisadas pela equipe do Ministério da Saúde. Esses ajustes no novo fluxo dos dados estão sendo feitos neste final de semana, por isso, as informações sobre os casos de coronavírus voltarão a ser atualizadas diariamente somente na segunda-feira (2).
"A partir de agora as secretarias estaduais ficarão responsáveis por fazer a análise dos seus casos. Depois enviarão os dados mais refinados para o Ministério da Saúde", explicou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, na nota.
Ainda nesta sexta-feira, pesquisadores brasileiros conseguiram sequenciar o genoma do vírus que chegou ao País. O trabalho foi feito em apenas 48 horas desde a confirmação do primeiro caso brasileiro de infecção pelo novo coronavírus. O trabalho foi conduzido por cientistas do Instituto Adolfo Lutz, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Oxford. Eles fazem parte de um projeto chamado Cadde, apoiado pela Fapesp e pelo Medical Research Centers, do Reino Unido, que desenvolve novas técnicas para monitorar epidemias em tempo real.
OMS aponta coronavírus em mais 51 países
O número de casos do novo coronavírus tem se estabilizado na China, epicentro da doença, mas se espalhado para mais regiões do mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam para 51 países com casos confirmados - 15 novos desde quinta-feira (27).
A dispersão do vírus fez com que a OMS elevasse na sexta-feira o nível de alerta no mundo. Agora, a organização considera que o risco de dispersão e de impacto do Covid-19 é de alto para muito alto.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus o contínuo crescimento do número de casos e países afetados é claramente motivo de preocupação. Ele continua defendendo, porém, que ainda é possível trabalhar para tentar conter essa expansão e exortou os países a se prepararem, ficarem alertas e agir rapidamente.
Na quinta-feira, ele já tinha dito que “todo país deve estar pronto para seu primeiro caso, seu primeiro cluster, a primeira evidência de transmissão comunitária e para lidar com a transmissão comunitária sustentada. E deve estar se preparando para todos esses cenários ao mesmo tempo”.