O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (25) um acordo para a produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. A partir de 2026, serão disponibilizadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação conforme a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS).
A vacina será produzida por meio de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, dentro do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde. A iniciativa faz parte da estratégia para fortalecer a indústria nacional de imunobiológicos e reduzir a dependência de importações.
Além da vacina contra a dengue, foram anunciadas outras três parcerias público-privadas para a produção nacional de insulina, vacina contra gripe aviária e vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), ampliando o acesso da população a novas tecnologias de saúde.
A produção nacional da insulina Glargina será realizada pela Fiocruz (Bio-Manguinhos), com fabricação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) em Eusébio (CE). O projeto faz parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e prevê uma produção de 70 milhões de unidades anuais a partir do segundo semestre de 2025.
O Instituto Butantan também firmou parceria com a Pfizer para a produção de até 8 milhões de doses anuais da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), visando atender à demanda do SUS e expandir a imunização para idosos.
Já a vacina contra a gripe aviária (H5N8) garantirá um estoque estratégico para o país, permitindo uma resposta rápida a emergências sanitárias. A capacidade produtiva será de 30 milhões de doses por ano, fortalecendo a preparação nacional contra novas variantes do vírus.
O Ministério da Saúde também anunciou R$ 68 milhões em estudos clínicos para ampliar a faixa etária da vacina contra dengue e avaliar sua coadministração com a vacina contra chikungunya.
Enquanto a vacinação não alcança toda a população, o governo reforça medidas preventivas contra a dengue, como o uso da tecnologia Wolbachia e das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), além da intensificação das ações de vigilância e controle do mosquito transmissor da doença.
Redação CNE