Minicurso
Literatura. Cinema. Dramaturgia. Territórios em Diálogo
Ministrante: Prof.ª Dr.ª Maria do Rosário Lupi Bello
Universidade Aberta – Lisboa; CECC
Datas: 13 e 14 de junho de 2017
Horário: das 9h às 13h
Total de horas: 8h
Local: Edifício Bandeira de Melo – Sala 4E-03
Gratuito, vagas limitadas!
Informações: 3670-8412
Inscrições abertas: http://celp.fflch.usp.br/cinemalupi
Realização:
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária PUC/SP
Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa USP.
Apoio:
Grupo de Pesquisa Categorias da Narrativa PUCSP
Centro de Estudos das Literaturas e Culturas de Língua Portuguesa USP
SINOPSE E PROGRAMA (VER TAMBÉM NO SITE)
Sinopse: Partindo da análise de algumas obras escolhidas, propõe-se uma reflexão sobre as fronteiras e as contaminações entre três territórios que mutuamente se influenciam e fecundam: a literatura narrativa, o drama e o cinema. Embora a maioria das obras cinematográficas seja o resultado da adaptação ao ecrã de textos narrativos (contos, novelas, romances) – o que, por si só, é profundamente significativo –, o cinema não pode escapar a uma inegável componente teatral, visível tanto na mise-en-scène que lhe dá forma quanto em alguns dos códigos de que faz uso. Tal dimensão torna-se mais evidente nos casos em que a obra fílmica explícita ou implicitamente dialoga com a arte dramática, seja por se tratarem de adaptações de peças de teatro, seja por adotarem específicos procedimentos de representação tributários da gramática teatral. A relação entre cada um destes três territórios está profundamente marcada pela dimensão temporal que os caracteriza e que se manifesta nos seus diversos modos de representação. O estudo de casos concretos permitirá confrontar essas diferenças e aprofundar o conhecimento da ontologia de cada uma destas manifestações artísticas, lançando pontes para outras formas de expressão.
Programa:
13 Junho – Introdução
Contributo teórico para o estudo das relações entre a literatura, o teatro e o cinema
Alguns exemplos:
– Hitchcock, Janela Indiscreta (1954): O espectador imóvel
– Carl Dreyer, A Palavra (1955): Vida e morte em cena
– Manoel de Oliveira, Vou para casa (2001): O cinema como teatro da vida
– Polanski, O deus da carnificina (2011): Ver a cena pelo olho da câmara
14 Junho – Outros cruzamentos e contaminações: os casos da pintura e da televisão
Exemplos:
– Stuart Burges e Oliver Parker, A Importância de ser Ernesto (1986; 2002): Diferentes testemunhos da importância de adaptar peças.
– Victor Erice, O Sol do Marmeleiro (1993): Pintar a passagem do tempo
– Manoel de Oliveira, O Gebo e a Sombra (2012): Filmar o palco como uma tela
Conclusões
Bibliografia
AUMONT, Jacques. L’Oeil interminable: cinéma et peinture. Paris: Éditions Séguier, 1989.
BAECQUE, Antoine de, PARSI, Jacques (Orgs.). Conversas com Manoel de Oliveira.
Tradução de Henrique Cunha. Porto: Campo das Letras, 1999. (Campo do Cinema, 3).
BAZIN, André. O que é o Cinema? Lisboa, Livros Horizonte, 1992.
BELLO, Maria do Rosário Lupi. Da narrativa literária à narrativa fílmica. O caso de “Amor de Perdição”. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian-FCT, 2008. (1ª ed. 2005).
BONITZER, Pascal. Décadrages: Cinéma et Peinture. Paris: Éditions de l’Étoile, 1985.
BROOK, Peter. O Espaço Vazio. Lisboa: Orfeu Negro, 2008.
CARLSON, Marvin. Teorias do Teatro. Estudo histórico-crítico dos gregos à atualidade. São Paulo: Ed. UNESP, 1985.
CAUNE, Jean. La dramatisation. Une méthode et des techniques d’expression et de communication par le corps. Louvain-la-Neuve, Cahiers de Théâtre Louvain, 1981.
CORRIGAN, Timothy (ed.). Film and Literature. An Introduction and Reader. 2nd Edition. London; New York: Routledge, 2012.
EDGAR, David. How Plays Work. London: Nick Hern Books, 2010.
ESTÉVEZ, Manuel Vidal. Carl Theodor Dreyer. Madrid, Ediciones Cátedra, 1997.
FERREIRA, Carolin Overhoff (org.). O cinema português através dos seus filmes.
Porto: Campo das Letras, 2007. (Campo do Cinema, 5).
FORTIER, Mark. Theory/Theatre. An Introduction. London/New York: Routledge, 2008.
GUINSBURG, J.; NETTO, J. Teixeira Coelho; CARDOSO, Meni Chaves (orgs). Semiologia do Teatro. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1978.
HAMBURGER, Käte. A Lógica da Criação Literária. São Paulo: Perspectiva, 1974.
HOLLANDER, Anne. Moving Pictures. New York: Knopf, 1989.
JUNQUEIRA, Renata Soares (org.). Manoel de Oliveira: uma presença. Estudos de
literatura e cinema. São Paulo: Perspectiva; FAPESP, 2010. (Estudos, 282).
LEUTRAT, Jean-Louis. Kaleidoscope. Lyons: Presses Universitaires de Lyons, 1988.
MAMET, David. Theatre. London: Faber & Faber, 2010.
MONTEIRO, Paulo Filipe. Drama e Comunicação. Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010.
NAVES, María del Carmen Bobes. Teoría del Teatro. Madrid: Arco/Libros, 1997.
PAVIS, Patrice. A Análise dos Espetáculos. Teatro. Mímica. Dança. Cinema. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2003.
ROUBINE, Jean-Jacques. A linguagem da encenação teatral. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed, 1998.
SABORIT, José. Guía para ver y analizar “El Sol del Membrillo”. Barcelona: Ediciones Octaedro, 2003.
SKOLLER, Donald (ed.). Dreyer in Double Reflection. Translation of Carl Th. Dreyer’s writings about the film (Om filmen). New York: Da Capo Press, 1991.
SLAWINSKA, Irena. Le théâtre dans la pensée contemporaine. Louvain: Cahiers Théâtre Louvain, 1985.
TARKOVSKY, Andrey. Sculpting in Time. Austin: University of Texas Press, 1996.
VACHE, Angela Dalle. Cinema and Painting. How Art is used in Film. Austin: University of Texas Press, 1996.
WALLIS, Mick; SHEPHERD, S. Studying Plays. London/New York: Arnold, 1998.
WATERS, Steve. The Secret Life of Plays. London: Nick Hern Books, 2010.