Na próxima quinta-feira, a Associação de Cafeicultores de Araguari (MG) formaliza junto ao Departamento de Agronomia da Universidade Federal de Uberlândia a criação do Campo Experimental da Cafeicultura Irrigada. É a primeira instituição no País voltada à pesquisa do cultivo irrigado de café. A associação já cedeu o terreno e parte dos equipamentos para que o centro entre imediatamente em operação.
"Hoje toda a nossa produção é realizada de forma empírica, o que não impede que a cada dia mais pessoas optem pela irrigação", avalia o presidente da associação de Araguari, Reinaldo Caetano. Existem atualmente na região do cerrado mineiro - que se notabilizou nos últimos anos como uma das mais bem-sucedidas áreas de cultivo de café no País - em torno de 15 mil hectares irrigados. "O centro vai contribuir para viabilizar técnica e economicamente a cafeicultura em regiões de baixa pluviosidade", comenta Caetano.
Inicialmente serão estudados no centro de Araguari a irrigação por pivôs, gotejamento e aspersão. O próximo passo deverá ser a interação com empresas que comercializam herbicidas, fertilizantes e granulados para o aprimoramento de técnicas de fertirrigação. "Hoje o cafeicultor planta sem saber a época certa, o volume ideal de água para irrigação e outros aspectos importantes para a cultura", relata.
Segundo Caetano, o principal ganho do uso da irrigação na cafeicultura é o aumento da vegetação, com conseqüente ganho de produtividade. Além disso, o método garante boas floradas: "Por isto a irrigação vem se disseminando até mesmo em áreas onde o déficit hídrico não é tão elevado como na nossa região - Triângulo e Alto Paranaíba mineiros". A instalação do Campo Experimental de Araguari prevê, ainda, a criação de uma estação climática no município.
A associação realiza nos próximos dias 28 e 29 de março o 2° Encontro Nacional de Irrigação, em que serão debatidos alguns dos problemas comuns aos produtores que cultivam café irrigado. Um deles é a ausência de legislação que regule o uso e licenciamento de fontes de água. Serão constituídos grupos de discussão baseados nos modelos de irrigação de mais amplo uso pelos cafeicultores — gotejamento, pivô central, canhão, autopropelido e tripa.
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Gazeta Mercantil