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Gazeta do Leste (MA)

Microplásticos contaminam áreas marinhas protegidas no Brasil (70 notícias)

Publicado em 21 de março de 2025

Nem mesmo áreas marinhas protegidas (AMPs) — áreas com diversas restrições para atividade humana — estão livres da contaminação por microplásticos no Brasil.

É o que mostra um estudo feito por cientistas brasileiros e australianos e publicado na revista Environmental Research

Pela classificação internacional, microplásticos podem ter até cinco milímetros de diâmetro , fabricados para uso industrial ou cosmético . As partículas também podem resultar da fragmentação de plásticos maiores , contaminando o oceano a partir da decomposição do lixo marinho , por exemplo.

Na nova pesquisa, a equipe usou ostras, mariscos e mexilhões para apurar o nível da contaminação em dez AMPs: Parque Nacional de Jericoacoara, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Rio dos Frades, Abrolhos, Tamoios, Alcatrazes, Guaraqueçaba, Carijós e Arvoredo.

Os moluscos bivalves são considerados “ sentinelas do mar ”, já que se alimentam filtrando a água-marinha. Os alimentos ali presentes são retidos pelas brânquias , tipo de peneira que pode ser analisada posteriormente para indicar possíveis contaminantes

Microplásticos foram encontrados em todas as localidades analisadas, com concentração média de 0,42 ± 0,34 partícula por grama de tecido úmido

O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes , no litoral de São Paulo, concentra a maior taxa de contaminação entre as áreas estudadas;

A Reserva Biológica do Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte , apresentou o menor volume dessas partículas;

Os principais microplásticos encontrados foram polímeros alquídicos , utilizados em tintas e vernizes celulose polietileno tereftalato (PET) ; e politetrafluoretileno (PTFE ou teflon) , usado em revestimentos antiaderentes e industriais

A pesquisa conseguiu identificar deles, mas os não puderam ser descritos

“O dado positivo é que a contaminação em todas essas áreas está abaixo da média internacional para áreas marinhas protegidas . E muito abaixo da média brasileira para áreas não protegidas . Locais muito contaminados, como Santos e algumas praias do Rio de Janeiro, chegam a apresentar contaminações de 50 a 60 vezes maior ”, disse Ítalo Braga, professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), à Agência FAPESP

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/21/ciencia-e-espaco/microplasticos-contaminam-areas-marinhas-protegidas-no-brasil/