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Micróbios descobertos no Brasil podem substituir agrotóxicos no futuro (29 notícias)

Publicado em 20 de dezembro de 2022

Um estudo apoiado pela FAPESP, abre caminho para o desenvolvimento de substitutos biológicos para os fertilizantes químicos usados na agricultura

André Julião | Agência FAPESP – Um estudo apoiado pela FAPESP, publicado no ISME Journal na última segunda-feira (19), identificou 522 genomas (entre arqueias e bactérias) associados às raízes e ao solo de duas espécies vegetais nativas dos Campos Rupestres. Centenas de microrganismos que até então eram desconhecidos para a ciência foram identificados, evidenciando que a biodiversidade brasileira ainda abriga uma enorme quantidade de novos organismos.

A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de substitutos biológicos para os fertilizantes químicos usados na agricultura, principalmente os que contêm fósforo.

“O fósforo normalmente está presente no solo, mas nem sempre na forma que pode ser aproveitado pelas plantas. O que a maioria dos microrganismos que encontramos faz é tornar esse elemento solúvel para que as plantas possam absorvê-lo”, explica Antônio Camargo, primeiro autor do artigo, realizado durante doutorado no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) com bolsa da FAPESP.

O estudo ocorreu no âmbito do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na Unicamp.

Uma das plantas, Vellozia epidendroides, vive em solos rasos, enquanto Barbacenia macranta foi encontrada vivendo sobre rochas expostas. Ambas fazem parte da família Velloziacea e foram coletadas em uma área particular adjacente ao Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais.