Notícia

Gazeta de Varginha

Metade da rede municipal de SP tem taxa de ocupação de UTI acima de 90%

Publicado em 09 junho 2021

Por Da Redação

Dos 23 hospitais que a Prefeitura de São Paulo usa para tratar pacientes graves de Covid-19 no município, 12 deles estão com taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) igual ou acima de 90%. Destes, quatro já operam com 100? sua capacidade, taxa que é considerada colapso do sistema por especialistas. No boletim mais recente divulgado pela prefeitura, com dados do domingo (6), a capital contava com 1.371 pessoas internadas em leitos de UTI Covid, e 1.321 em leitos de enfermaria. A taxa de ocupação geral da cidade (incluindo hospitais próprios e contratados), chegou a 80% dos leitos de UTI, e 66% pac: leitos de enfermaria. Os quatro hospitais que já contam com todas as vagas ocupadas são os municipais: Arthur Ribeiro de Saboya; Vereador José Storópolli, Brigadeiro e da Cruz Vermelha, este último contratado pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para atender a demanda de pacientes graves de Covid-19. Além da Cruz Vermelha, a prefeitura compra leitos de outras três instituições. Outros 19 hospitais da rede são próprios.

Os dados de ocupação de leitos de UTI fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde se referem a quantidade de pacientes internados por complicações provocadas pela Covid19, e não o total de leitos de cada um desses estabelecimentos, já que eles podem atender a outros tipos de pacientes. Eles refletem a quantidade de pessoas internadas no domingo (6), dado mais recente fornecido. No comparativo dos últimos meses, percebe-se uma variação da taxa de estabelecimentos com leitos de UTI Covid totalmente ocupados. No dia 23 de abril, eram três os hospitais com 100? ocupação, número que saltou para cinco no dia 24 de maio. Essa oscilação varia conforme a prefeitura contrata, abre ou até fecha leitos, movimento que também é feito pelo governo estadual dependendo da demanda. Até o dia 20 deste mês, Nunes quer abrir mais 250 leitos de UTI Covid no municipio. “ É muito precoce para dizer em terceira onda. O que podemos dizer é o seguinte: se a cidade de São Paulo tiver a terceira onda, ela está preparada para enfrentar ”, afirmou Nunes, durante evento de entrega de uma miniusina de oxigênio nesta segunda-feira. Segundo lembrou o prefeito, em março de 2020 a capital contava com 510 leitos de UTI, e agora esse número já ultrapassa os 1,7 mil.

Com a inauguração dos 250 novos leitos até o dia 20 deste mês, só a capital terá perto de 2 mil leitos de UTI Covid. Ao comentar o assunto nesta manhã, Nunes disse que a abertura de leitos é uma forma de se antecipar a eventuais problemas. “ A prefeitura está fazendo um esforço gigantesco para poder manter o atendimento das pessoas e não faltar leito para ninguém ”, disse. Ele ainda criticou fortemente a realização de festas clandestinas e aglomerações, sobretudo as que envolvem jovens. “ O que se pode fazer mais? É pedir para a população, encarecidamente, principalmente aos jovens, para que não façam aglomeração ”, afirmou. Em todo o estado, as internações em leitos de UTI para tratamento de pacientes com Covid-19 apresentou alta em 15 das 23 regiões. Os dados são da plataforma SP Covid19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista) com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo) para acompanhar a evolução da pandemia. Eles mostram que 15 das 23 regiões rede ocupação de UTI acima de 90% gist ram taxas de ocupação superiores a 80%, sendo cinco destas com mais de 90%. Quem encabeça essa triste lista é a regional de Barretos, com 95,9% dos leitos de UTI ocupados. Ribeirão Preto, vem em seguida, com 95,4%, e Marília tem 93,5% do total de leitos da região ocupados. Dados divulgados pelo governo estadual indicam que a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado atingiu 81,9% nesta segundafeira, um pouco acima dos 81,7% registrados no dia anterior, no domingo (6).