Além disso, 521.497 crianças e adolescentes tomaram apenas a primeira dose e não retornaram para completar o esquema vacinal
Do total de 4.792.411 vacinas contra a dengue enviadas pelo governo federal aos estados e ao Distrito Federal desde fevereiro, apenas 2.341.449 (48,88%) foram aplicadas e registradas no Sistema Único de Saúde (SUS) até o dia 15 de setembro.
Além disso, 521.497 crianças e adolescentes tomaram apenas a primeira dose e não retornaram para completar o esquema vacinal. A recomendação do Ministério da Saúde e da fabricante Takeda, responsável pela vacina Qdenga, é que a segunda dose seja aplicada três meses após a primeira.
“Parte não teve o tempo ainda. Mas sabemos que há pessoas que já deveriam ter recebido e não voltaram”, explicou Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife.
Esses números contrastam com o aumento de casos de dengue no Brasil. O painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado até 18 de setembro, registrou 6.526.362 casos de dengue, 5.395 mortes confirmadas e 1.814 óbitos em investigação.
No estado de São Paulo, o número de casos desde o início do ano chegou a 2.120.312, sendo 638.974 só na capital. O estado investiga 1.703 mortes e registrou 988 óbitos confirmados, com uma taxa de letalidade de 6,73% em casos graves.
Plano para 2025
Eder Gatti informou que o Ministério da Saúde pretende expandir a vacinação contra a dengue em 2025. “Já temos adquirido, para o ano que vem, 9 milhões de doses. Esperamos também a incorporação da vacina do Instituto Butantan”, destacou.
Recentemente, foi divulgado o resultado da fase 3 da vacina de dose única do Butantan, mostrando que o imunizante manteve sua segurança e eficácia por uma média de 3,7 anos após a aplicação. Na ocasião, Fernanda Boulos, diretora médica do instituto, disse que a previsão é concluir a submissão à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até o fim deste ano. “Com a finalização da submissão em 2024, esperamos obter aprovação da Anvisa e disponibilizar a vacina para o Ministério da Saúde em 2025”, disse.
Estadão Conteúdo