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Menino de 3 anos fica inconsciente por duas horas depois de tomar uma raspadinha (1 notícias)

Publicado em 07 de fevereiro de 2024

“Pensei que ele fosse morrer”, disse a mãe Nada como uma raspadinha para se refrescar em um dia quente.

Victoria Anderson nunca imaginou que esse doce tão simples fosse causar problemas graves para o seu filho de 3 anos. A mãe escocesa entrou em pânico e não entendeu nada quando o menino ficou inconsciente depois de tomar uma raspadinha de framboesa. Depois do susto, ela, que tem 5 filhos, alerta outros pais sobre os perigos do doce, que parece tão inofensivo.

“Angus nunca tinha tomado uma raspadinha antes. Esta foi a primeira vez dele”, contou ela, segundo o New York Post . “Pensei que ele fosse morrer”, declarou. Tudo aconteceu no dia 4 de janeiro, quando a família saiu para fazer compras e ela deixou o menino experimentar o doce.

Durante o verão, o menino viu os irmãos tomando raspadinhas, feitas com gelo triturado e xarope de frutas. Por isso, ficou com vontade e pediu para a mãe, que acabou deixando. Mas ninguém imaginava o terror que viria a seguir. Minutos depois do refresco, Angus começou a gemer de agonia e a implorar para ir para casa. A mãe achou que o filho só estava um pouco irritado ou cansado. “Andamos um pouco mais pela loja e, quando me virei, ouvi que ele gemeu de novo”, lembra ela. “Achei que ele tivesse se jogado no chão fazendo birra . Mas quando me virei, os olhos dele estavam na parte de trás da cabeça e ele estava tendo uma convulsão . Ele ficou mole demais”, conta Victoria, que gritou desesperadamente, pedindo ajuda. “Comecei a gritar: 'Alguém me chame uma ambulância!'. Pensei que o tinha perdido. O corpo dele ficou gelado”, recorda-se.

Assim que chegaram e começaram a atender o menino, os paramédicos viram que os níveis de açúcar no sangue do menino haviam caído drasticamente e o levaram às pressas para o Hospital Infantil de Glasgow. “Ele ficou inconsciente por cerca de duas horas”, diz a mãe. “Foi a coisa mais assustadora que já vivi. Ele estava bem naquele dia – não havia nada errado com ele. Nunca aconteceu nada assim na família”, afirma.

A preocupação só aumentou quando Angus permaneceu totalmente indiferente depois que os médicos injetaram medicação em sua perna. Felizmente, mais tarde, a equipe conseguiu reanimar o menino. “Quando acordou, ele continuou perdendo e recobrando a consciência. Acho que ele também estava exausto”, lembra a mãe. .

“Os médicos perguntaram o que ele tinha comido e bebido naquele dia e eu contei a eles sobre a raspadinha”, disse ela. “Então, eles disseram que Angus teve uma intoxicação por causa do glicerol”, conta.

O glicerol é um álcool produzido pela hidrólise de triglicerídeos ou como subproduto da fabricação de sabão e biodiesel, de acordo com a American Chemical Society . O composto tem sabor adocicado e pode ser usado como conservante ou adoçante de alimentos. É um produto químico frequentemente encontrado em chicletes e também em produtos de beleza como rímel.

Durante o verão, a Agência de Padrões Alimentares da Escócia emitiu um comunicado sobre a presença de glicerol em bebidas geladas, aconselhando os comerciantes a não vendê-los a crianças menores de 4 anos. A agência descobriu que, em níveis muito elevados de exposição, a intoxicação por glicerol pode causar choque, hipoglicemia e perda de consciência.

A mãe ficou surpresa ao saber do veneno escondido na bebida que quase tirou a vida de seu filho. “É algo de que eu nunca tinha ouvido falar antes”, disse ela. “Mas, definitivamente, havia uma ligação com a raspadinha”, acrescentou.

Para ela, as raspadinhas deveriam ser totalmente proibidas ou, pelo menos, ter algum aviso sobre os perigos do consumo para crianças. “Embora isso possa acontecer com qualquer criança de qualquer idade. Nunca mais comprarei raspadinhas. Você simplesmente não sabe o que há nessas bebidas. Só quero conscientizar o maior número possível de mães sobre o que pode acontecer ao comprar essas bebidas”, finalizou.

Glicerol em alimentos: motivo de preocupação?

Se você tem filhos pequenos (ou netos, sobrinhos, primos, etc) e nunca sequer pensou em se preocupar em verificar se os produtos que eles consomem contêm glicerol, saiba que não está sozinho. E, em geral, a não ser que a criança tenha uma alergia específica com esse componente, nem precisa mesmo! De acordo com o professor João Roberto O. Nascimento, docente do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Food Research Center - FoRC - CEPID/FAPESP), o glicerol é uma molécula pequena, segura e tem o uso autorizado como aditivo alimentar na indústria pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "É usado como espessante, emulsificante, estabilizante ou como agente de massa em diversos produtos", explica ele.

De maneira geral, alimentos industrializados fabricados dentro das práticas regulares não costumam conter uma quantidade de glicerol que leve à intoxicação. "O que é importante, no caso das crianças, é observar a proporção de consumo", alerta. Quando uma criança de 10 kg consome um copo de sorvete com mais de 300 ml, o efeito será diferente de quando um adulto de 70 kg consome a mesma quantidade. Aquele alimento terá um peso maior no organismo da criança, pela proporção. "O excesso é que pode causar sintomas de dor e desconforto, entre outras reações", detalha. Ele destaca ainda que esse cuidado não deve ser especificamente com o glicerol ou com produtos industrializados, mas com tudo o que a criança consome. "É preciso se atentar às porções servidas à criança, já que o peso dela é menor", completa.