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Melhoramento genético da aveia aumenta produção do cereal no sul do Brasil

Publicado em 22 fevereiro 2019

Um programa de melhoramento genético de aveia permitiu o cultivo do cereal em áreas do Sul do Brasil, tornando o país autossuficiente e criando uma rede de pequenos produtores na região. Por sua contribuição à sociedade, o estudo conquistou o segundo lugar no Prêmio Péter Murányi, edição Ciência & Tecnologia.

Iniciado em 2000 e coordenado pelos professores Luiz Carlos Federizzi e Marcelo Teixeira Pacheco, o projeto nasceu com objetivo de adaptar as sementes da aveia ao clima subtropical e tornando-as resistentes às pragas comuns em território nacional e que costumam inviabilizar as colheitas, tornando seu cultivo sustentável.

Com o uso de técnicas de genética e melhoramento clássico, os pesquisadores obtiveram grãos de aveia capazes de resistir à composição do solo brasileiro, rico em alumínio. Os cultivares produzidos foram amplamente adotados pelos produtores da Região Sul. Desde 2005, as safras de aveia têm mais de 90% de sementes produzidas no Brasil.

“Qualidade é um fator fundamental para que as indústrias processadoras possam utilizam o grão de aveia. Com os trabalhos e estudos realizados permitimos que o agricultor médio produza aveia para o setor”, contam Federizzi e Teixeira Pacheco.

O projeto levou quatro anos para ser concluído. Os resultados colhidos permitiram que o Brasil deixasse de ser um importador de aveia. A iniciativa possibilitou, também, o surgimento de pequenas empresas processadores de grãos no Interior dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Segundo a presidente da Fundação Péter Murányi, Vera Murányi Kiss, entidade instituidora e organizadora da premiação, o resultado da votação mostra a importância da ciência na melhoria da qualidade e produtividade de nossas colheitas.

“Nesta edição pudemos ver o quanto o trabalho de nossos pesquisadores, apoiados em constantes estudos científicos, tem sido capaz de vencer desafios naturais, como nosso clima, e aumentar a capacidade de nossa lavoura, tornando-a mais sustentável e produtiva”, explica.

Por dentro do Prêmio Péter Murányi 2019

Eleito vencedor, o aplicativo “SOS Chuva” permite aos usuários acessar dados de satélites meteorológicos que cobrem todo o país e saber, com antecedência, quando e onde ocorrerão eventos climáticos extremos.

O trabalho foi selecionado por um júri composto por representantes de entidades nacionais e internacionais ligadas à área de ciência e tecnologia, integrantes de universidades federais, estaduais e privadas, personalidades de renome e membros da sociedade.

Em terceiro lugar foi escolhido o medicamento de uso tópico “Acheflan”. Desenvolvido com base em uma planta da flora nacional, a erva baleeira, o produto se mostrou muito eficaz no combate a dores e inflamações, tornando-se o remédio mais prescrito com estas finalidades.

Para esta edição, o Prêmio Péter Murányi recebeu 140 trabalhos, vindos de toda a América Latina.

O Prêmio Péter Murányi é realizado anualmente, com temas que se alternam a cada edição: Saúde; Ciência & Tecnologia; Alimentação; e Educação. Cada assunto é revisitado a cada quatro anos. O valor total é de R$ 250 mil, divididos entre o vencedor (R$ 200 mil), o segundo colocado (R$ 30 mil) e o terceiro (R$ 20 mil). Cerimônia de entrega ocorrerá em abril.

A premiação conta com o apoio das seguintes entidades: ABC (Academia Brasileira de Ciências), Aconbras (Associação dos Cônsules no Brasil); Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo); Anpei (Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras); Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola); CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico); Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); e SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).

FONTE: INFOREX