Um novo sistema de tratamento de esgoto, que consome menos energia em relação ao processo convencional e permite reutilizar a água em atividades que não exijam potabilidade, está sendo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo e da Escola de Engenharia Mauá (EEM) do Instituto Mauá de Tecnologia, na cidade de São Caetano do Sul.
Trata-se da criação de área que utilizam bactérias anaeróbias (microorganismos que não precisam de oxigênio para sobreviver) para tratar esgotos sanitários e efluentes industriais.
Segundo o engenheiro Eugênio Foresti, diretor da Escola de Engenharia de São Carlos, "o processo anaeróbio consome 70% menos energia que um processo aeróbio convencional (microorganismos que precisam de oxigênio para viver). Além disso, tem menor custo de implantação, cerca de 30% a 40% inferior ao sistema convencional".
O grupo de pesquisadores desenvolveu recentemente o Reator Horizontal de Leito Fixo, que já está sendo aprimorado. O novo reator é vertical, e tem a forma de um tanque.
"O material sólido muitas vezes causava entupimento no reator horizontal. Já no novo reator, isso não acontece", diz Foresti.
De acordo com o engenheiro, estão sendo mantidos contatos com o governo do Estado de São Paulo para montar uma estação piloto de tratamento anaeróbio em uma cidade de pequeno porte na região de São Carlos.
O processo anaeróbio é estudado na EESC desde 1970. E a partir de 1991, começou a receber apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) Esse já é o terceiro projeto, que irá consumir investimentos de R$ 300 mil. O primeiro projeto recebeu aporte de US$ 100 mil e o segundo, cerca de R$ 250 mil.
Segundo Foresti, o reator anaeróbio poderá ser adotado, por exemplo, em postos de gasolina para purificar a água contaminada no solo. "Os reatores anaeróbios representam uma ótima alternativa para reduzir custos nos processos de tratamento de efluentes", diz.
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DCI