Notícia

A Tribuna (Santos, SP)

Material é capaz de envolver o bebê

Publicado em 16 novembro 1999

Por Liana John - de Campinas
Em alguns meses os médicos terão uma nova e mais segura alternativa de tratamento para um dos problemas mais comuns nas maternidades: a icterícia em recém-nascidos. A doença atinge cerca de 5% dos recém-nascidos brasileiros e é provocada pelo excesso de bilirrubina no sangue, um pigmento biliar que deixa a pele da criança amarelada. Não tratada, a icterícia pode levar à surdez ou provocar problemas ao sistema nervoso central. O tratamento tradicional é expor o recém-nascido a luzes fluorescentes, apenas de fraldas e com venda nos olhos. As ondas de luz azul decompõem a bilirrubina, que é. então, eliminada pelo organismo. Os riscos são baixos, mas a criança pode queimar-se com os raios ultravioleta se as lâmpadas ficarem muito próximas da pele ou a venda escapar dos olhos. Além disso, há desconforto com o calor (raios infravermelhos) das lâmpadas e a distância da mãe. Alternativa - Mas nos países desenvolvidos surgiu uma alternativa: usar uma manta de fibras óticas, maleável e segura, capaz de envolver o bebê e deixar passar apenas a luz azul, eliminando o calor e os raios ultravioletas. Uma destas mantas chegou ao Brasil por US$ 8 mil, importada pelo neo-natologista Fernando Lucchini, da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp (http:// www.unicamp.br). E ele sugeriu o desenvolvimento de uma malha nacional à empresa Komlux (http://www.komlux. com.br), de Campinas. Cícero Lívio Omegna de Souza Filho, da Komlux, trabalhou com outros nove pesquisadores e técnicos durante dois anos até obter uma manta, maior e mais aperfeiçoada do que a importada, que possivelmente chegará ao mercado a um preço em torno de US$ 2,5 mil. "Nossa manta envolve o bebê por inteiro e permite à mãe mantê-lo próximo, como se estivesse apenas embrulhado num cobertor", conta Souza Filho. Recursos - A primeira fase do desenvolvimento do produto recebeu financiamento de cerca de R$ 50 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fapesp (http://www.fapesp.br) e a segunda fase, atual, tem recursos adicionais de R$ 200 mil. Mais informações com Cícero Omegna de Souza Filho pelo telefone (19) 278-4959 ou endereço eletrônico cicero@komlux.com.br. (Agência Estado)