Um estudo desenvolvido a partir da análise de milhares de moléculas levou pesquisadores à identificação de lipídios que podem indicar a evolução da dengue para sua forma mais grave. a hemorrágica. Segundo os cientistas. foi possível observar que o vírus ajuda a promover a adição de fosfato às proteínas do sangue. aumentando a quantidade de fosfotidilcolinas.
Esses lipídios agem contra a coagulação. e a presença excessiva deles acaba por desbalan cear os processos que evitam as hemorragias. O estudo foi desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Escola de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). revelou marcadores que facilitam o diagnóstico da dengue hemorrágica.
A investigação é resultado do doutorado do pesquisador Carlos Fernando Odir Rodrigues. da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp. Transformada em artigo publicado na revista Scientific Reports. a pesquisa descreve a evolução da dengue hemorrágica a partir da análise de 20 pacientes tratados no Hospital de Base da da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. De acordo com o estudo. o vfrus assume o controle do metabolismo das células infectadas para atender às necessidades de replicação vira I. Essa atuação gera aumento da fosfotidilcolina. que dificulta a coagulação do san· gue e é um indicativo da febre hemorrágica.
Com essa constatação. os pesquisadores acreditam que. em breve. será possfvel identificar a ocorrência da forma mais grave da doença a partir de exames de san- gue. A expectativa é que a descoberta também ajude no desenvolvimento de vacinas e no aperfeiçoamento dos tratamentos.
A partir do diagnóstico mais rápido e preciso. deve ainda aumentar a sobrevida dos pacientes, uma vez que o atendimento já poderá ser direcionado desde os estágios iniciais. A evolução para a variedade hemorrágica está ligada vários fatores. como a quantidade de vfrus no organismo e a reação do sistema imunológico do doente. Em junho. levantamendo Ministério da Saúde apontou que 1.1 mil municípios brasileiros tinham risco de surto de dengue. zika e chikungunya. (Agência Brasil)