O manejo sustentável da entrelinha é uma prática recentemente adotada na citricultura paulista. Até o início da década de 1990, a proteção do solo não era considerada e o manejo era realizado com uso de grades e herbicidas pré-emergentes, gerando enormes perdas de solo devido à exposição às gotas de chuva, facilitando sua erosão e compactação.
No manejo sustentável aproveita-se a vegetação espontânea e/ou introduzida, em benefício do pomar, manejando-a com uso de roçadeira lateral ecológica, a qual lança toda a massa vegetal da entrelinha para a linha abaixo da copa das plantas de citros. Pesquisa realizada pelo Centro de Citricultura, com apoio da Fundação Agrisus (Agricultura Sustentável), CNPq e Fapesp, estuda esse manejo diferenciado da entrelinha, em pomar de lima ácida Tahiti, no município de Mogi Mirim (SP) avaliando-se duas vegetações intercalares (Brachiaria ruziziensis e B. decumbens), manejadas com diferentes roçadeiras (convencional e ecológica).
Comparativamente à B. decumbens, verifica-se que a B. ruziziensis não provoca interferência à planta cítrica, por não ser alelopata e não concorrer por água, pois seca antes dos citros sofrerem qualquer estresse hídrico. Os resultados preliminares demonstram que as braquiárias produzem quantidades similares de matéria verde e seca da parte aérea. A Brachiaria ruzizienses se decompõe e libera nutrientes mais rapidamente, além de reciclar maiores quantidades de fósforo e potássio do solo.
O uso da roçadeira ecológica proporciona maior deposição de massa verde e seca na linha de plantio, diminuindo o número de plantas daninhas, mantendo o solo mais úmido e menos compactado. Assim, resulta em melhor desenvolvimento vegetativo e consequentemente maior produtividade das plantas de lima ácida Tahiti, sendo boa opção de manejo para entrelinhas dos pomares.
Responsável: pesquisador Fernando Alves de Azevedo