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Malte da indústria cervejeira é capaz de fornecer energia renovável através de biogás (47 notícias)

Publicado em 26 de maio de 2022

Quatro cientistas brasileiros, juntamente com outros dois dos Estados Unidos, revelaram o ganho em energia renovável elétrica e térmica obtido pelo bagaço de malte. Acontece que o resíduo, abundante na indústria cervejeira, pode ser tratado com ultrassom, depois submetido à digestão anaeróbia (processo microbiológico que envolve consumo de matéria orgânica e produção de metano), e assim gerando biogás como combustível veicular.

O processo inovador de energia renovável através do bagaço do malte aproveitado na indústria cervejeira foi desenvolvido no Laboratório de Bioengenharia e Tratamento de Águas e Resíduos (Biotar) da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp). O biogás foi produzido com 56% de metano, 27% mais do que o obtido sem a aplicação do ultrassom.

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O biogás passa pela purificação em metano, e assim pode ser usado como biocombustível com pegada de carbono bem mais baixa se comparado aos combustíveis de fontes fósseis convencionais. Além disso, com a queima do metano em cogeradores é possível produzir eletricidade e calor a ser aproveitada pela própria indústria cervejeira. Já o resíduo final desse processo é capaz de resultarbiofertilizantes, que podem substituir os fertilizantes minerais.

A líder do grupo da pesquisa que desenvolveu o biogás extraído do bagaço do malte, Tânia Forster-Carneiro, lembra que as indústrias de alimentos são obrigadas a ter sistemas tratamento de águas residuárias. No entanto, não são todas as empresas que tratam os resíduos sólidos orgânicos.

“As pesquisas que visam a valorização de resíduos sólidos orgânicos são valiosas para a indústria e também para a sociedade. Nesse artigo, especificamente, aplicamos um pré-tratamento de ultrassom – uma tecnologia ainda incipiente, usualmente aplicada em escala laboratorial – e com isso obtivemos maior produção de metano. Os resultados foram muito bons”.

Tânia Forster-Carneiro – líder do grupo que desenvolveu biogás através do bagaço do malte.

Um fator determinante para que o estudo ganhasse notoriedade da comunidade acadêmica foi o detalhamento nos cálculos do balanço de massa e energia de todos os fluxos de entrada e saída do processo. De acordo com Tânia Forster-Carneiro, para cada tonelada de bagaço de malte é possível produzir 0,23 megawatt-hora em energia elétrica. “Poucas são as pesquisas que detalham os cálculos de produção de energia a partir do metano”, disse a cietista.

O potencial de diminuir gases de efeito estufa a partir da geração de energia renovável é algo a se destacar, pois vai chegar o dia em que todas as indústrias serão obrigadas a tratar os resíduos que geram. “Hoje não há indústrias que façam esse tipo de tratamento em larga escala porque, por mais que a tecnologia de digestão anaeróbia exista e seja viável para resíduos líquidos e sólidos, para resíduos sólidos e lignocelulósicos estudos mais aprofundados ainda são requeridos”, comenta Tânia Forster-Carneiro.

Destaca-se ainda no experimento, a boa relação da FEA-Unicamp com a indústria cervejeira. Durante o período de estudos, aconteceram visitas técnicas e doação dos resíduos sólidos do malte. Em uma das cervejarias, foi contatado que a produção de até 250 toneladas de bagaço de malte por semana. O resíduo é doado para alimentação animal. Entretanto, a ideia é poder aproveitar também para que produzam energia própria.

Escrito por Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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