Estudo realizado pela bióloga-geneticista Elaine Sbroggio de Oliveira Rodini, do campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp), afirma que 50% dos abortos que ocorrem antes do terceiro mês de gestação são causados pela malformação do embrião.
De acordo com a bióloga, esses problemas de malformação são causados, principalmente, por alterações cromossômicas e o restante é causado por problemas gênicos ou por doenças maternas, como rubéola, hipertensão, toxoplasmose ou diabetes.
A pesquisa tem o apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e vem sendo desenvolvida há três anos por uma equipe de cinco pessoas, entre geneticistas, citogeneticistas e estudantes de pós-graduação e graduação do curso de Ciências Biológicas da Unesp.
"O grande problema é que a maioria dos ginecologistas e obstetras não se preocupa em descobrir a causa do aborto espontâneo, o que seria essencial para desvendar se a mulher corre ou não o risco de gerar crianças com anomalias", conta Elaine.
Foi criado um centro de pesquisa no campus da Unesp e a geneticista pretende dar continuidade ao trabalho oferecendo um serviço de extensão à comunidade, onde as mulheres poderão ser orientadas e, se diagnosticado o problema genético, ter um acompanhamento médico especializado.
A pesquisa, que deverá ser concluída em fevereiro de 2001, também comprovou que após dois abortos espontâneos o risco do casal ser portador de alterações cromossômicas é de quase 10%.
Notícia
Jornal da Tarde