Abdul Majeed Khan, Abdur Rahim, Alangir Khan, Almas Taj Awan, Muhammed Abdul Haleem, Sabir Khan e Suryyia Manzoor saíram do Paquistão com muitas expectativas, levando 18 horas para chegar a Campinas. Eles formam o segundo grupo de estudantes paquistaneses do Instituto de Química (IQ) da Unicamp. Vieram com a finalidade de fazer doutorado. Chegaram aqui no dia 4 de março e se instalaram em uma Pousada de Barão Geraldo. Passarão quatro anos estudando na Universidade, contemplados pelo programa de colaboração entre CNPq e Third World Academy of Science (Twas).
Nesta terça-feira, eles tiveram um importante encontro com o diretor do IQ, o professor Ronaldo Pilli, e com a sua diretora-associada, professora Heloise de Oliveira Pastore, na sala de reuniões da Diretoria. A conversa foi bastante informal, sem porém deixar de tratar de assuntos elementares como a rotina de estudos no IQ, bem como de fornecer informações sobre a Unicamp no cenário da pesquisa e do ensino, além da busca do seu processo de internacionalização. “A Unicamp é jovem mas com forte vocação para a pesquisa e a inovação", explicou Ronaldo Pilli.
Uma das alunas visitantes, Almas Taj Awan, contou que o grupo decidiu vir para a Unicamp depois de ter tentado contato com várias instituições. "Pesou muito a opinião de outros paquistaneses que estão aqui. Disseram que o IQ é o que oferece os melhores equipamentos e infraestrutura. Além disso, vocês foram mais rápidos para enviar esclarecimentos", destacou. No Paquistão, a Química Orgânica é a área mais desenvolvida, com a Química Analítica realizando grandes progressos.
A primeira impressão do pós-graduando Abdur Rahim é que os brasileiros são pessoas muito receptivas e atenciosas. Outra realidade que surpreendeu muito o grupo é que, mesmo o Brasil sendo tão extenso, fale apenas a língua portuguesa. "O país tem superado todas as nossas expectativas até o momento", afirmou Suryyia Manzoor. No Paquistão, a língua oficial é o inglês, mas a população também fala o curdo.
Os estudantes apreciaram muito a culinária brasileira, mesmo diferindo muito da sua. Gostaram muito das frutas e relatam que, na rotina de estudos, almoçam no 'bandejão' e, eventualmente, acabam cozinhando para aproveitar a facilidade de obtenção dos ingredientes. O grupo estranhou um pouco as roupas que os brasileiros vestem e o trânsito, com o motorista dirigindo à esquerda, comentou Abdur Rahim. O Paquistão, oficialmente República Islâmica do Paquistão, fica ao sul da Ásia. É o sexto país do mundo em população.
Outros intercâmbios
O professor Ronaldo Pilli revelou ainda que o seu instituto tem procurado abrir as portas para outros intercâmbios internacionais. Além dos programas da Universidade (como o Santander de Bolsas, o Augm e o Paris Tech), o IQ tem um programa próprio para alunos de graduação, bolsistas de iniciação científica das agências Fapesp e CNPq. Este programa, apoiado pela National Science Foundation (NSF), oferece oportunidade de intercâmbio bilateral. "Estudantes de Química e de Farmácia têm realizado estágio em laboratórios de pesquisa em cerca de 15 universidades norte-americanas, por três meses."
Nos últimos 12 meses, foram enviados seis estudantes da Unicamp para os EUA e o IQ já recebeu dois norte-americanos e ainda deve receber outros seis no mês de maio, para permanecer aqui até agosto. Há inclusive na Fapesp uma chamada aberta, até esta quarta-feira (25 de março), para inscrição de estudantes que gostariam de participar deste intercâmbio. Mais informações no edital da Fapesp.