Mais de 500 substâncias serão testadas contra covid São Paulo, SP Da Redação ais de 500 substâncias bioativas serão testadas para eventual uso no combate ao novo coronavírus, causador da enfermidade covid-19. O material é fruto de cinco anos de pesquisa realizada pelo Grupo de Química Medici nal e Biológica do Instituto de Química de São Carlos (IOSC) da Universidade de São Paulo (USP), voltada ao tratamento da doença de Chagas.
Coordenado por Carlos Alberto Montanari, o projeto teve o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A possibilidade de que alguma dessas substâncias possa destruir o coronavírus será investigada agora em nova pesquisa coordenada por Montanari: “Planejamento Molecular e Síntese de Inibidores da Principal Protease do Coronavírus SARS-CoV-2 ”.
O estudo é apoiado pela Fapesp no âmbito do edital “ Suplementos de Rápida Implementação contra covid-19. Nosso objetivo é encontrar uma substância que seja capaz de inibir a molécula SARS-CoV-2 pro, principal enzima que o coronavírus utiliza para se replicar. Se encontrarmos essa substância, teremos um potencial agente antiviral ”, diz Montanari à Agência Fapesp.
“ O vírus não é um ser vivo. Para se reproduzir, precisa entrar em uma célula e utilizar a estrutura celular como mecanismo de replicação. Nesse processo, as enzimas desempenham um papel chave, porque são elas que rompem as ligações químicas das moléculas, liberando energia. Nós também dependemos de enzimas para digerir os alimentos ”, explica. “ E algumas das enzimas dos vírus são muito parecidas com as nossas. Se conseguirmos inibir a protease pro, que é a principal enzima usada pelo SARS-CoV-2, sem inibir as proteases de seres humanos, teremos um caminho para impedir a replicação do vírus. É isso que pesquisadores do mundo inteiro estão procurando ”, acrescenta Montanari.