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Macrometrópole tem 3,8 milhões em habitações precárias

Publicado em 16 junho 2014

SÃO PAULO

 

Um estudo realizado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM) indica que 3,8 milhões de pessoas moravam, em 2010, em condições precárias nos 113 municípios da macrometrópole paulista área de 31,5 mil quilômetros quadrados (km2) que engloba as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Litoral Norte, além da aglomeração urbana de Jundiaí. Esse número representa 14,3% da população total da região e revela 1.1 milhão de pessoas a mais em situação de precariedade do que registraram os dados do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em2010.

 

O resultado é fruto da reclassificação dos setores censitários - as porções em que os municípios são divididos para o recenseamento-, do cálculo de novas estimativas e da criação de arquivos cartográficos conduzidos pelos pesquisadores do CEM, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da Fapesp.

 

 

Na classificação do IBGE, setores urbanos em que a aplica o do Censo envolve algum tipo de complexidade, como favelas e loteamentos clandestinos, são chamados "subnormais". O recenseamento de 2010 contabilizou quase 2,7milhões de pessoas morando nessas condições na macrometrópole paulista. Os demais setores urbanos são, em geral, classificados como “não especiais”. No total, a macrometrópole tinha 26,64 milhões de habitantes.

 

O problema é que os setores subnormais são determinados antes mesmo de o Censo ser realizado, com o objetivo de organizar a logística de trabalho dos recenseadores. Esse levantamento prévio é feito a partir de informações do Censo anterior ou de cadastros das prefeituras - ou seja, de dados que já estão desatualizados', disse Eduardo Marques, coordenador do estudo e pesquisador no CEM.

 

Outro fator de distorção citado por Marques é o sub-registro de núcleos pequenos. "Em locais heterogêneos, todos os domicílios são classificados pelo IBGE ou como subnormais ou como não especiais.

Com isso, favelas incluídas em áreas predominantemente não especiais não são contabilizadas como habitações precárias, disse.

 

De acordo com os pesquisador, conhecer um retrato mais fiel sobre os setores censitários pode ajudar a preencher lacunas associadas às dificuldades de definir as situações de precariedade habitacional.